Sem carro, sem internet e com ratos: estrutura precária é desafio no Conselho Tutelar

O Jornal Midiamax mostrou nesta quarta (28) como é a atuação de dois Conselhos Tutelares em Campo Grande, o Norte e o Sul, que fiscalizam os direitos da criança e do adolescente. Como você viu na reportagem, o trabalho vai além de atender menores de idade, no entanto, cumprir tudo que é dever do conselheiro tem se tornado cada vez mais desafiador na Capital em razão da falta de estrutura do Conselho Tutelar.

No Conselho da região Norte, por exemplo, que atende crianças e adolescentes de toda a região do Prosa, Segredo e ainda de Rochedinho, conta apenas com um veículo oficial para fazer todo o atendimento. Nesse caso, os conselheiros têm que intercalar o atendimento e muitas vezes se reunir para decidir que caso é mais ‘grave’ para que se atenda primeiro.

Em três anos, foram 11.420 atendimentos, o que dá uma média de 317 por mês, ou seja, cerca de 10 atendimentos por dia.

Conforme a coordenadora do Conselho Tutelar Norte, a conselheira Suelen Leme Serrano, 34 anos, há ainda falta de efetivo, assim como falta de mais conselhos pela cidade. Segundo ela, Campo Grande deveria ter pelo menos 10 conselhos, mas tem apenas cinco, o que torna o trabalho ainda mais puxado e sobrecarregado.

Quanto à falta de estrutura, o prédio utilizado pelo Conselho é próprio e necessita muito de manutenção. “O prédio é antigo e precisa de manutenção. Há infiltrações, a caixa d’água não é limpa há pelo menos 3 anos, há ratos e baratas e a internet que tem não é suficiente, com isso a gente se junta e paga internet para poder trabalhar”, explicou, informando ainda que faltam papel higiênico, folha sulfite, produtos de limpeza, entre outros.

Isso sem contar as vezes em que os próprios funcionários se juntam para ajudar famílias com cestas básicas e enxovais para as grávidas. “Nós fazemos todo tipo de atendimento. É uma série de situações. Não é intenção do conselho tirar a criança da família”, explica.

Conforme mostrado pelo Midiamax, o Conselho tem diferentes formas de atuar e age também em relação à escola, contra a evasão escolar, fiscaliza se os direitos da criança estão sendo cumpridos, investiga abandono de incapaz, assim como auxilia a família na questão de saúde pública e até pré-natal, mas principalmente age em questões onde há crimes de maus-tratos, e abuso infantil.

As escolas, hospitais e a população em geral são a rede de apoio e que deve denunciar toda violação de direito da criança e do adolescente. As denúncias podem ser feitas pelo Disk 100, diretamente nos conselhos, no caso do Norte pelo email ctnortecgms@yahoo.com.br ou pessoalmente no endereço Rua São João Bosco, 49, no Bairro Monte Castelo, ou ainda pelo telefone 3314-4482.

A reportagem entrou em contato com o CMDCA (Conselho Municipal da Criança e do Adolescente), órgão responsável pelos cinco conselhos em Campo Grande, para detalhes sobre a manutenção da estrutura dos conselhos, mas até o momento não teve retorno, porém o espaço segue aberto para manifestações futuras.