‘Qual Campo Grande queremos?’, questiona promotora ao abrir acusação em júri pela morte de Matheus

Declaração de promotora e lembrança de socorro à vítima levou pai de Matheus às lágrimas

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Após quase uma hora de intervalo depois do fim do primeiro debate, a promotora Luciana Rabelo afirmou durante réplica que o Ministério Público está ali para mais do que defender a acusação: “Defender a memória do Matheus”.

“Esse julgamento vai mostrar qual Campo Grande queremos no futuro”, disse ao lembrar o relato do pai da vítima, PX, sobre o socorro e o trajeto que fez enquanto levava o filho ao Hospital após os tiros.

Rabelo afirmou que a Avenida Afonso Pena é a ‘artéria da cidade’ e que ela “não pode ter a memória manchada com o sangue do Mateus”.

De cabeça baixa, o pai da vítima, ouvindo a declaração do plenário, chorou.

A promotora ainda disse que não importa que a arma não foi encontrada. Name filho mantinha a Casa das Armas. “Grandes organizações criminosas mantém grande poder bélico”, diz. “Não há dúvidas que Matheus foi atingido por tiros de fuzil”.

“Queremos Campo Grande segura. Ministério Público está aqui para pedir justiça dentro da lei, de provas”, concluiu.

O que motivou as execuções?

As investigações demonstraram que Jamil Name e Jamil Name Filho teriam ordenado a morte de Paulo Xavier. PX já teria atuado com a família, na prestação de serviços enquanto também atuava como policial militar.

Inclusive, já teria feito segurança particular de Jamilzinho, na época em que ele teve uma briga com Marcel Colombo, o ‘playboy da mansão’, em 2018. Marcel foi assassinado a tiros em uma cachaçaria da cidade, também segundo a investigação a mando da família Name.

Foi nessa época que PX conheceu o advogado Antônio Augusto de Souza Coelho, com quem passou a ter uma relação próxima. Paulo Xavier também tinha vínculos com a Associação das Famílias para Unificação e Paz Mundial.

Nesse período, Antônio foi procurado pela associação, para resolver pendências comerciais e negociar propriedades. Foi então que passou a negociar com a família Name, que se viu em prejuízo financeiro.

Depois, PX teria passado a prestar serviços para o advogado e parou de atender a família Name. Foi então que os líderes decidiram pela morte do policial. No contexto da denúncia, é relatado que a organização criminosa se baseava na confiança e fidelidade, por isso o abandono ao grupo foi mal visto.

A partir da ordem de execução de Paulo Xavier, homens de confiança da família Name foram acionados para colocarem o plano de morte em prática. São eles Marcelo Rios, ex-guarda municipal de Campo Grande, e o policial aposentado Vladenilson Olmedo.

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