O brasileiro preso nesse domingo (20), na Bolívia, é Thiago Gabriel Martins da Silva, conhecido como “especialista” do PCC (Primeiro Comando da Capital) e suspeito pelo assassinato do garagista conhecido como “Alma”, Carlos Reis Medeiros de Jesus. No momento da prisão, realizada durante uma apreensão de avião que transportaria cocaína, Thiago estava com granadas e armamento militar. O assassinato de “Alma” teria ocorrido em 2021 em um estabelecimento na Avenida Gunter Hans, em .

O “especialista” do PCC estava foragido da justiça pelo crime de homicídio doloso qualificado contra o garagista “Alma” e integrava a lista da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal). Thiago teve a prisão preventiva decretada pela 2ª Vara do Tribunal do da comarca de Campo Grande e deve ser levado para a Capital

Além do brasileiro, outros dois bolivianos foram presos na operação, que ocorreu desde a madrugada de domingo (20).

A prisão

O trio foi preso no departamento de Beni, na Bolívia, onde estavam acontecendo as operações desde a madrugada desse domingo (20). Quando encontrados, o brasileiro usava um colete e nos bolsos dele a polícia encontrou granadas. Conforme o Jornal El Deber, foram apreendidas munição M4 e arma de grosso calibre para uso militar.

Um dos aviões apreendidos (El Deber)

As operações são de busca do narcotraficante uruguaio, Sebastián Marset. O primeiro avião apreendido, branco com listras vermelhas, matrícula CP-3175, foi encontrado em Santa Rosa, carregado com 406 quilos de cocaína.

A droga estava “camuflada” em embalagens semelhantes a tijolos, e provavelmente seria trazida para o Brasil, segundo a polícia.

As ações aconteceram em um povoado ao norte de Santa Ana de Yacuma, onde foi encontrado outro avião azul e branco, matrícula CP-1482. No interior, os policiais detectaram amostras de cloridrato de cocaína.

Assassinato do garagista

Conforme a denúncia, Vitor vulgo “Primo” e Thiago vulgo “Especialista”, armados com uma arma de fogo e uma faca mataram Alma, que desapareceu na manhã do dia 30 de novembro em um estabelecimento na Avenida Gunter Hans, em Campo Grande.

Alma realizava “negócios” com os acusados emprestando dinheiro a eles e mantinha boa relação com ambos. A vítima foi atraída para o local, de propriedade de Thiago, achando que receberia o pagamento de um empréstimo que o acusado havia contraído.

Após a saída dos funcionários, restante somente os três réus e Alma, Thiago simulando que saldaria a dívida tirou um montante de do bolso e começou a contar na frente da vítima, que estava sentado em uma cadeira observando a contagem. Neste momento, Vitor se aproximou da vítima pelas costas e o golpeou no pescoço. Por sua vez, Thiago, que também estava armado, efetuou disparos contra Alma.

Foi investigado ainda que Alma era “sócio” do pai de Thiago em negócios envolvendo agiotagem. O garagista teria emprestado grande montante de dinheiro a diversas pessoas. Porém, o pai de Thiago faleceu em 2020 e por esse motivo, Thiago queria receber o dinheiro emprestado pelo pai e Alma, por “direito”.

Como um dos credores não havia feito o pagamento, Thiago começou a arquitetar a morte dele, juntamente com alma e Vitor, mas em certo momento Alma acabou desistindo de matá-lo. Thiago se revoltou pois não receberia o dinheiro, aliado à dívida que tinha com Alma, incluído com bens penhorados, arquitetou a morte do garagista, juntamente de Vitor, e também devia para a vítima.

Após o assassinato, o trio colocou o corpo do garagista no porta malas de um Chevrolet Corsa Sedan até local desconhecido e fizeram a limpeza do local. Thiago se apossou de uma caminhonete da vítima, uma Ford F-250 que havia sido deixada por Alma no comércio de Thiago para realização de serviços de funilaria. 

O corpo da vítima não foi localizado até hoje (21). O caso continua sendo investigado pela polícia.