Garagista teria sido atraído para emboscada em oficina e morto por integrantes do PCC
Investigação policial aponta que assassino quis acabar com dívidas
Arquivo –
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Ao menos 6 pessoas estariam envolvidas no sequestro, cárcere privado, homicídio e ocultação de cadáver de Carlos Reis Medeiro de Jesus, de 52 anos, conhecido como Alma. O crime teria acontecido no dia 30 de novembro de 2021, quando a vítima foi atraída até a oficina do suposto mandante do assassinato. Alma teria sido morto a tiros e esquartejado.
Inquérito policial da DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio) aponta que Alma atuava com agiotagem e que tinha um ‘parceiro’ para o crime, pai do suspeito de seu assassinato. O homem acabou morrendo em 2020, quando o filho ganhou progressão de regime e teria passado a cobrar o dinheiro de ‘herança’.
Mesmo assim, o acusado ainda teria feito negócios com Alma e estaria devendo para ele, que seguia fazendo as cobranças e ameaças. Naquele dia 30 de novembro, momentos após o vídeo que mostra a última vez em que Alma foi visto, ele teria ido até a oficina do suspeito, em uma emboscada.
O homem, que segundo a polícia tem forte ligação com José Arantes, o ‘Tio Arantes’ do PCC (Primeiro Comando da Capital) e também é faccionado, teria dito que pagaria parte da dívida. Naquele dia, Carlos foi até a oficina, estacionou a S10 na frente — na Avenida Gunter Hans — e entrou pelos fundos, como de costume.
Lá, encontrou o proprietário da oficina com os funcionários e um outro parceiro de ‘negócios’, que ele inclusive já tinha abrigado em casa. Houve uma discussão e as apurações da polícia apontam que Alma foi morto com três tiros. Depois, teve o corpo esquartejado e levado para outro local. Um funcionário foi responsável pela limpeza da oficina, que passou por teste de luminol posteriormente.
Os funcionários da oficina teriam sido ameaçados e coagidos, para que não contassem nada sobre o ‘sumiço’ de alma. Um dos funcionários do ‘mandante’ do crime guardou a camionete de Carlos Reis nos fundos da oficina, para não levantar suspeita. Após a morte, um outro rapaz teria chegado ao local.
Ele também foi ameaçado para que não contasse nada e orientado a retirar os carros de Alma de um depósito. A Polícia Civil chegou até o rapaz, que foi preso na época. Ele teria alegado que tinha negociado os carros, mas estava bastante nervoso e choroso durante a prisão, o que ficou esclarecido, já que tinha sido ameaçado de morte e esquartejamento pelos integrantes do PCC.
No final de janeiro, foram feitos pedidos de prisões temporárias de 6 pessoas, além de mais de 10 mandados de busca e apreensão. Todos foram deferidos, mas a princípio apenas um dos envolvidos foi localizado e preso.
Apontado como mandante do crime e o comparsa, os integrantes da facção criminosa foram abordados e detidos em flagrante em 4 de dezembro, dias após o ‘desaparecimento’ de Alma. Eles ainda confessaram que tinham dívidas, mas negaram participação no desaparecimento.
No dia, eles foram detidos em um carro, na região das Moreninhas, sob suspeita que estavam fugindo da cidade. A Polícia Civil aponta inclusive que a esposa do suposto mandante do crime é advogada e que atua para Tio Arantes, do PCC. As investigações ainda concluem que ela estaria ajudando o marido, tanto para fuga quanto para ocultação de provas.
O caso segue em investigação, já não como desaparecimento, mas como sequestro, homicídio e ocultação de cadáver.
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