Polícia Civil de MS pode investigar golpe de R$ 450 mil dado por empresa de formatura
Alunos de medicina tiveram dinheiro retirado da conta da formatura sem autorização
Renata Portela –
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Escritório de advocacia que representa a turma de medicina da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) de 2023 pede que seja instaurado inquérito policial. Com isso, o suposto golpe dado pela empresa Brave Brazil, de Santa Catarina, pode ser investigado pela Polícia Civil em Campo Grande.
O pedido foi feito por meio dos advogados, pela comissão de formatura da turma de 2023. Além da solicitação feita à Dedfaz (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Defraudações, Falsificações, Falimentares e Fazendários), vítimas também registraram boletins de ocorrência.
No entanto, conforme o advogado Leonardo Duarte, ainda não houve resposta por parte da polícia. Apesar disso, o caso que foi denunciado e chegou também ao Judiciário na última semana pode ser investigado.
Golpe por empresa de formatura
Acadêmicos que cursam o último ano de medicina da UFMS acionaram a Justiça para conseguirem ter o baile de formatura. Isso, porque a empresa contratada teria ‘sumido’ com mais de R$ 450 mil dos formandos.
No último domingo (29), reportagem do ‘Fantástico’ mostrou que a empresa Brave Brazil Formaturas e Eventos é acusada de não cumprir contratos com formandos. No site oficial, a empresa se apresenta como especialista em realizar as maiores e melhores formaturas de medicina no Brasil.
No entanto, o caso também aconteceu em Campo Grande, onde a turma de 45 alunos da UFMS precisou entrar com ação de tutela antecipada contra a empresa, na tentativa de minimizar os danos. A intenção é de recuperar dinheiro que ‘sumiu’ da conta da formatura.
Valores desapareceram
Na ação feita pelo advogado Leonardo Avelino Duarte e associados, é esclarecido que houve assembleia realizada pela comissão de formatura, para dar início à ação. Assim, a peça aponta que houve uma votação entre os formandos e a decisão de contratar a empresa Brave Brazil.
Ainda no site da empresa, eles afirmam que já realizaram mais de 3,5 mil eventos e que atendem mais de 200 mil clientes por ano. Então, a turma de medicina optou por firmar contrato com o grupo.
A partir daí, também são firmados os contratos individuais, sobre os valores a serem arrecadados para a festa de formatura. Cada formando pagava o boleto emitido pela empresa, sendo o valor depositado na conta-corrente aberta exclusivamente para gerenciar esse dinheiro.
Então, até este mês de janeiro, os formandos já haviam arrecadado R$ 578.644,37. Porém, a presidente da comissão de formatura soube que a empresa descumpriu o contrato com a turma de medicina da Unicesumar. Com isso, os alunos acabaram sem a festa.
Por isso, a vítima decidiu verificar o andamento do contrato com a empresa Brave, consultando também o extrato da conta. Foi então que ela se deparou com um saldo muito inferior, R$ 36.537,09.
Ainda é apontado que houve movimentação da conta sem assinatura da presidente da comissão de formatura, ou seja, em desacordo com o contrato. Então, ela solicitou esclarecimentos da empresa.
A partir daí foi marcada uma reunião para o dia 26 de janeiro, depois cancelada sem justificativa. Foi então que a Brave parou de responder às solicitações da formanda.
Foram várias tentativas de contato, mas todas frustradas. Assim, o representante com quem a comissão teve contato chegou a relatar o desligamento da empresa, “por não concordar com algumas posições que a mesma vem tomando”.
A situação ainda se agravou, sendo que o saldo da conta dos formandos foi diminuindo, chegando a R$ 7.683,98. É esclarecido na peça que do montante arrecadado, R$ 152.400,04 já teriam sido usados em um evento.
No entanto, deveria haver na conta R$ 464.483,07, sendo verificado um desfalque de mais de R$ 450 mil. Por isso, o advogado pede na ação que o banco preste informações relacionadas às movimentações da conta.
Também foi requerido arresto cautelar dos bens da empresa, até o valor de R$ 700 mil – correspondendo ao valor que deveria estar na conta dos alunos e também acrescido dos danos morais sofridos.
Ao Midiamax, o advogado Leonardo Duarte citou que ainda não há decisão acerca da ação. Também não houve qualquer retorno da empresa Brave, por ligação ou mensagem.
A reportagem também tentou contato com a empresa, mas o telefone esteve ocupado em todas as tentativas. Ainda foi acionado o WhatsApp da Brave, que aparece online, mas também sem qualquer retorno. O espaço segue aberto para manifestação.
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