Perfil agressivo: assim foi descrito o motorista de guincho de 34 anos, preso em Santa Catarina, por equipes da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) após fugir depois de tentar matar atropelada a esposa no dia 22 de outubro de 2022. 

As delegadas Elaine Benicasa e Rafaela Lobato afirmaram, em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (18), que o autor tentou justificar as suas ações dizendo que não permitia certos comportamentos – o que ficou claro para as delegadas como machismo nas falas do homem. 

Em depoimento ainda na época dos fatos, ele chegou a dizer que não teve dó de cometer o crime contra a esposa. Ele foi preso no dia 13 deste mês, na cidade de Tijucas, em Florianópolis, trabalhando com guincho. 

O autor disse que foi para outro estado para ficar longe da vítima e tentar cumprir as medidas protetivas, mas foi descoberto que ele estava mandando mensagens para a mulher, que sofreu duas tentativas de feminicídio. 

Para as delegadas, o autor teve a intenção de matar a esposa, já que sabia a cor e modelo da moto da vítima, o capacete. Na época em que foi ouvido não ficou preso, já que era período eleitoral e ninguém poderia ficar preso. O homem tem passagens desde 2015 contra uma ex-namorada por injúria e lesão corporal dolosa, difamação e contra a vítima atual tentativa de feminicídio. 

Relembre o caso

A tentativa de feminicídio aconteceu no Bairro Universitário no dia 22 de outubro do ano passado, um sábado. O homem iniciou uma discussão com a esposa após desconfiar que ela havia saído com outra pessoa, já que ela não dormiu em casa.

Durante a briga, o marido ateou fogo na casa, que destruiu dois quartos e a cozinha. Em seguida, a mulher saiu em uma motocicleta, mas foi seguida pelo marido em um caminhão guincho, da empresa em que trabalha.

A vítima foi atropelada na esquina da residência. O homem fugiu. Testemunhas disseram no dia que ele estaria armado. Ela foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros para a Santa Casa, com fratura no ombro.

Na casa, os militares utilizaram cerca de 2 mil litros de água para conter as chamas. O caminhão foi localizado pela Polícia Militar abandonado na Rua Cassiano Araújo Brito no Bairro Caiobá. O homem teria fugido em outro veículo, ainda não identificado. O caminhão utilizado foi localizado, logo depois, abandonado no Portal Caiobá, em Campo Grande.