‘Não matei ninguém’: Acusado de matar rapaz com seis tiros em Campo Grande nega crime em júri

Na época, o homem chegou a confessar ser autor do homicídio na delegacia

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(Henrique Arakaki, Midiamax)

Igor Alves da Costa acusado do assassinato de José Henrique da Silva Soares Figueiredo, na época com 25 anos, em dezembro de 2021, foi a julgamento nesta sexta-feira (7), em Campo Grande. O crime aconteceu no Bairro Jardim Campo Nobre, quando a vítima foi morta com seis tiros.

Igor em depoimento durante o julgamento negou ter assassinado José. “Não matei ninguém. Passei o Natal na casa da minha ex-mulher”, disse aos jurados. Por orientação dos advogados, o réu preferiu responder apenas as perguntas da defesa dele. “Igor, você tem conhecimento que hoje você pode sair daqui condenado a mais de 30 anos de prisão? E, mesmo assim, você prefere não falar?”; foram algumas das perguntas da advogada de defesa, Herika Ratto. Outro questionamento da defesa foi se Igor “correria risco de morte dentro da cadeia” e ele respondeu que sim.

Entre as versões apresentadas pela Defesa estão de que Igor teria chegado ao local de bicicleta com a arma e, após atirar na vítima, fugiu com a bicicleta e perdeu a arma durante a fuga. Mas, a advogada de defesa disse que a bicicleta nunca foi encontrada pela polícia, e uma das testemunhas, ouvidas durante o julgamento, confirmou que os autores estavam de moto e “não dava para ver rosto do autor dos tiros porque ele estava de capacete”.  

“Igor, os jurados, seus pais, os pais de José Henrique precisam entender o que realmente aconteceu”. A advogada continuou falando diretamente ao réu que, lá na delegacia, na época do crime, Igor assumiu ser autor do assassinato; que foi ao local de bicicleta sozinho e atirou contra a vítima. “Você disse que atirou, saiu correndo e abandonou a bicicleta; pulou muro de uma escola, que perdeu a arma e abandou a bicicleta. Você falou que a bicicleta teria ficado entre a escola e a tabacaria, onde o assassinato aconteceu, mas essa bicicleta não foi encontrada pela polícia”, reforçou a advogada de defesa.

Ao final das perguntas para o acusado, Herica Ratto insistiu: “você assume o crime que outra pessoa cometeu? Olha bem para mim, tenho idade para ser sua mãe; responde olhando em meus olhos: lá na delegacia, você assumiu um crime que outra pessoa cometeu?”, mas Igor permaneceu em silêncio. Em seguida, começaram os debates entre Defesa, Jurados e Ministério Público.

Relembre o caso

Na época, uma equipe da Polícia Militar fazia rondas pela região, quando foi acionada para atender ao caso de uma pessoa ferida por arma de fogo. No local, os militares se depararam com a vítima caída sobre a calçada.

O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi chamado e constatou que o rapaz estava morto. Trabalho preliminar da perícia observou que José Henrique apresentava várias perfurações de tiros. O corpo foi encaminhado para o Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal).

Foi registrado boletim de ocorrência por homicídio qualificado por traição, emboscada ou recurso que dificultou a defesa da vítima, na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Cepol.

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