‘Nada justifica atirar’, diz pai de Rhennan assassinado a tiros na Afonso Pena em Campo Grande

Jhonny disse no júri que atirou no susto

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Massai Tosi, pai de Rhennan morto a tiros na Afonso Pena (Mirian Machado, Jornal Midiamax)

O pai de Rhennan Matheus Oliveira Tosi, de 19 anos, morto a tiros em dezembro de 2021, nos altos da Avenida Afonso Pena, em Campo Grande, depois de uma briga, disse não acreditar na versão contada pelo réu Jhonny de Souza da Mota, que está sendo julgado nesta quinta-feira (14) pelo crime.

Massai Barduco Tosi, pai da vítima, disse ser mentira que o amigo de Rhennan estava armado no dia do crime e que nada justificaria Jhonny ter atirado em seu filho. “No momento Rhennan pode ter xingado, mas nada justifica”, falou Massai.

A promotoria ainda contestou o depoimento de Jhonny para o júri ao falar que se quisesse matar teria dado mais tiros na vítima. “Uma facada, um tiro, um empurrão, uma pedrada é suficiente pra matar alguém. Se for assim, metade dos processos temos que arquivar”, falou a promotora.

Jhonny responde por homicídio qualificado por motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima e Diego Laertes por porte de arma, já que o juiz entendeu que ele não teve participação no homicídio. Jhonny em depoimento para o júri falou: “Não imaginava que mataria ele. Se eu quisesse matar, teria dado mais disparos”. Ele ainda falou que estava bêbado depois de tomar vodka e energético.

Ele ainda disse que no dia tinha um colega que estava fazendo zerinho e que Rhennan estava brincando com uma cadeira quando quase acertou o colega e ele teria ido lá questionar. Neste momento, os dois começaram a discutir. “Vamos resolver no soco”, teria dito Jhonny para Rhennan, que segundo ele teria respondido “resolvo na bala”.

Jhonny ainda falou que um amigo da vítima teria levantado a camisa mostrando uma arma, momento em que se desesperou.

Réus pelo assassinato de Rhennan

A denúncia foi recebida em 17 de novembro de 2022, pelo juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, da 1ª Vara do Tribunal do Júri, tornando os acusados réus. A denúncia aponta que Rhennan estava nos altos da Afonso Pena com amigos, quando Jhonny e Diego chegaram, sendo que o segundo já estava armado.

Em determinado momento, um conhecido dos autores e a vítima chegaram e o para-choque do veículo caiu. Rhennan pegou o objeto e acabou esbarrando em Diego. Diego já se aborreceu e foi tirar satisfação, mas o amigo em comum o acalmou, dizendo que a vítima era uma pessoa de bem.

Depois, Rhennan pegou uma cadeira e começou a imitar um rapaz, conhecido dos autores, que fazia manobras — conhecidas como ‘zerinhos’ — com a motocicleta. A brincadeira inclusive foi filmada e divulgada. Desta vez, foi Jhonny quem se incomodou com o rapaz e chamou Rhennan para brigar, conforme aponta o MPMS.

No entanto, a vítima se negou e voltou para o grupo de amigos. Jhonny então foi até Diego, pediu a arma de fogo e, sem dizer nada, atirou e matou Rhennan, fugindo em seguida com o comparsa. Após denúncia anônima sobre o paradeiro da dupla, os rapazes foram presos pelo homicídio e porte ilegal da arma de fogo.

O MPMS denunciou Diego pelo homicídio e porte ilegal e Jhonny por homicídio qualificado por motivo fútil e recurso que dificultou a defesa do crime.

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