O desvio de mais de R$ 467 mil em dízimos e doações de uma igreja adventista em foi classificado pelo (Ministério Público Estadual) como um elaborado esquema de desvio. O crime foi cometido por um tesoureiro que prestou serviços durante três anos à igreja. Ele confessou os desvios, mas disse que destinava o valor para uso da própria igreja. Uma audiência está marcada para o dia 16 deste mês, quando testemunhas serão ouvidas.

No processo que tramita no Judiciário contra o tesoureiro, o crime foi considerado elaborado porque tesoureiro emitia recibos falsos para simular doações aos doadores da igreja. O suspeito não lançava dados de receitas no caixa da igreja. Os desvios foram descobertos depois que um dos fiéis foi questionar o assistente administrativo sobre o motivo de não ter sido enviado a ele o seu recibo de doação.

E a partir desta desconfiança foram buscar pelos recebidos descobrindo os desvios dos dízimos e ofertas. A defesa do tesoureiro em sua alegação afirmou que “a destinação incorreta dos valores arrecadados com o dízimo pode ter gerado desajuste contábil”. 

Ainda segundo a defesa do tesoureiro, os valores supostamente desviados teriam sido empregados na obra do prédio da igreja, que passava por reforma, já que os recursos destinados à obra eram insuficientes, e por isso, ele fazia liberação de pagamentos sem autorização. 

Os desvios ocorreram de setembro de 2018 a abril de 2019, e na época da descoberta do crime, o tesoureiro chegou a dizer que “achou facilidades no sistema” para cometer os desvios que chegaram a R$ 467 mil 915. 

O MPMS (Ministério Público Estadual) remeteu a denúncia ao Judiciário em junho de 2021, e no dia 16 de maio deste ano foi marcada a audiência, quando testemunhas serão ouvidas às 15 horas. 

Dízimos e ofertas de fiéis desviados

Os desvios de dízimos e ofertas feitas pelos fiéis foi descoberto após um dos frequentadores da igreja desconfiar por não receber os recibos das ofertas feitas por ele. Com isso, ele procurou o assistente financeiro em abril de 2019 para relatar sobre as desconfianças.

Assim, foi feita uma averiguação nos dados contábeis da igreja e não foram encontrados documentos dos dízimos e ofertas feitas pelos fiéis. O pastor da igreja foi procurado e então foi relatada toda a situação. Ainda foi descoberto que o tesoureiro emitia recibos falsificados de fiéis que não estavam na planilha.

Também foram encontrados envelopes não devolvidos e cheques desviados. Uma reunião foi feita e o tesoureiro indagado sobre as descobertas. Ele acabou confessando ter desviado o dinheiro da igreja em um montante de R$ 80 mil, mas depois descobriu-se que o rombo era de mais de R$ 467 mil. 

Segundo o tesoureiro, parte do desviado ele teria usado na igreja, mesmo sem aprovação. O tesoureiro chegou a falar que cometeu o crime após ver facilidades para burlar o sistema. Os desvios ocorreram de setembro de 2018 a abril de 2019. 

O tesoureiro ainda foi procurado pela administração da igreja para saber sobre a devolução do dinheiro desviado, sendo que ele afirmou que poderia devolver o valor de pouco mais de R$ 241 mil em 285 parcelas, ou seja, pouco mais de 23 anos para quitar parcialmente o dinheiro, já que na época afirmou que não devolveria a totalidade por ter usado boa parte do dinheiro na igreja.