Em último de 7 júris, pedreiro ‘serial killer’ é condenado e penas somam 120 anos de prisão

Cleber foi condenado a 24 anos de prisão pela morte de Hélio Taíra, que foi encontrado concretado em Campo Grande

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Pedreiro sentou no banco dos réus pela última vez. (Foto: Henrique Arakaki – Jornal Midiamax)

No último dos sete julgamentos, o pedreiro que ficou conhecido como serial killer, Cleber de Souza Carvalho, foi condenado a 24 anos de prisão pela morte de Hélio Taíra, encontrado morto e concretado. Com a condenação desta sexta-feira (12), Cleber cumprirá ao todo 120 anos de prisão, em regime fechado, por sete homicídios e ocultação de cadáveres.

Durante seu depoimento, Cleber tentou justificar a morte de Hélio dizendo “se ele não tivesse vindo para cima de mim…”. Demonstrando tranquilidade, ele explicou que conheceu o idoso, que na época tinha 73 anos, pouco tempo antes de um irmão da vítima.

No dia do crime, Cleber e Hélio estavam trabalhando em uma obra e era a terceira vez que trabalhavam juntos. Ainda segundo o relato do serial killer, a briga que acabou na morte de Hélio teria começado após ele ‘mexer’ com uma criança que passava na rua.

Cleber relatou que pediu respeito ao idoso, na época, o mandando embora. Em seguida, entrou para a residência para terminar de concretar um piso, quando viu Hélio entrar na casa com um facão nas mãos falando: “você é bichão mesmo?”

Sete vítimas do serial killer

As investigações foram feitas pela DEH (Delegacia Especializada em Homicídios) e Cleber apontou onde estavam alguns dos corpos das vítimas. Em julho do ano passado, Cleber foi condenado a 18 anos de reclusão pela morte de José Jesus de Souza, o ‘Baiano’, assassinado aos 44 anos. Foram 16 anos e 6 meses pelo homicídio e um ano e 6 meses por ocultação de cadáver.

Cleber e José teriam se desentendido enquanto cavavam uma fossa em um terreno baldio, na Travessa Menino de Jesus, na Vila Manoel Taveira. Após a discussão, Cleber deu golpes com um instrumento contundente na cabeça da vítima.

Depois, o pedreiro enterrou o corpo do colega no terreno. Após o homicídio, Cleber teria se apoderado dos bens da vítima, como imóveis que inclusive vendeu, e outros bens repassou na negociação de compra de um automóvel. Durante o julgamento, ele foi absolvido por estelionato.

Em maio de 2022, foi determinado redimensionamento da pena definitiva de Cleber, pelo homicídio de Timótio Pontes Roman, de 62 anos. Inicialmente decretada em 18 anos de prisão, a pena foi reduzida para 15 anos e três meses, além dos 10 dias-multa. A decisão foi da 3ª Câmara Criminal.

Durante o debate ocorrido no Tribunal do Júri, a defesa chegou a alegar insanidade de Cleber, o que foi rebatido pela acusação, já que não foi apresentado laudo médico. No entanto, os advogados relataram que o que aconteceu com o pedreiro foi um momento de insanidade quando cometeu o crime, já que estaria desestabilizado por conta da dívida com o agiota.

Em depoimento, Cleber disse que matou Timótio por causa da dívida com um agiota que já estava em R$ 18 mil. Ele contou que no dia do crime os dois passaram a discutir, já que ele estava cobrando Timótio do dinheiro para pagar ao agiota, e que só matou o amigo com quem costumava tomar cerveja depois que ele teria dito a frase: “quem mandou me emprestar dinheiro?”

Após isso, Cleber relatou que pegou o idoso pelo pescoço e o jogou dentro do poço. Ele também falou que deu golpes com o cabo de uma picareta em Timótio e depois colocou a tampa em cima do poço, que ainda ficou entreaberto. Depois, trancou as portas da casa e foi embora.

Outra vítima do pedreiro foi José Leonel Ferreira, morto aos 61 anos. Cleber foi condenado a mais 18 anos e 6 meses de prisão por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Os jurados ainda determinaram a absolvição da esposa do pedreiro, Roselaine. No plenário, ela contou que acreditou no marido quando ele disse — após o crime — que tinha comprado a casa de José Leonel. O réu teria dito que o idoso tinha mudado de bairro.

Ela contou que ainda chegou a questionar o marido sobre os móveis que estavam na casa, mas o serial killer teria dito que a irmã de José iria buscar. Roselaine ainda relatou que ficou sabendo do crime quando a polícia chegou à residência, negando qualquer participação no assassinato. A morte de José Leonel deu início à descoberta da série de assassinatos provocados pelo pedreiro.

Cleber também sentou no banco dos réus pelo assassinato de Roberto Geraldo Clariano no dia 1º de fevereiro de 2022. Roberto foi assassinado em 2018, quando o pedreiro o contratou para um serviço no terreno na Avenida José Roberto Barbosa, no Recanto dos Pássaros. O serial killer foi condenado a 15 anos de prisão pelo assassinato.

Os dois teriam discutido e, com uma pancada na cabeça usando o cabo de uma picareta, Roberto foi assassinado. Apesar de ter afirmado que Roberto é a vítima, a confirmação da identificação da vítima será feita após os exames periciais.

Na época do desaparecimento, a namorada registrou um boletim de ocorrência. Ele disse que faria um frete. O Gol de ‘Cenoura’  foi localizado na frente da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Vila Almeida. O vizinho conta que o homem trabalhava como vendedor e com serviços gerais e costumava deixar as chaves da casa com ele para visitar os irmãos em Goiás.

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