A Sejusp-MS (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública) informou em nota, na manhã desta sexta-feira (19), que todos os protocolos de segurança foram seguidos, após o episódio em que um ex-aluno de 15 anos esfaqueou uma advogada de 45 anos, nessa quinta-feira (18), em frente à Escola Municipal Bernardo Franco Baís, em Campo Grande.

A nota traz que a Sejusp realiza de forma ininterrupta ações estratégicas para o Enfrentamento às Crises Policiais de Agressor Ativo em Unidades Educacionais, além de todos os protocolos de segurança serem seguidos. A secretaria ainda afirmou se tratar de um caso isolado.

“A Sejusp informa tratar o ocorrido de fato isolado, porém para prevenir e reprimir toda e qualquer agressão no ambiente escolar, mantém em pleno funcionamento, desde 2017, o Programa Segura, Família Forte, com rondas diuturnas e constantes nas escolas de Campo Grande, bem como mantém intensificado o policiamento e rondas nas proximidades de todas as escolas e ativos o Grupo de Ações Integradas de Segurança e o Gabinete de Gestão Integrada para monitoramento das escolas de todo o Estado. Por fim, a Sejusp, por meio da Polícia Militar, implantou este ano em e realiza de forma ininterrupta Ações Estratégicas para o Enfrentamento às Crises Policiais de Agressor Ativo em Unidades Educacionais, por meio do qual há atuação intensa de equipes de inteligência e estão sendo realizados cursos para multiplicadores, treinamentos para professores e alunos, monitoramento das unidades escolares e avaliações de ameaças, em fina sintonia com as Secretarias Estadual e Municipal de Educação.”

Ainda segundo a Sejusp, logo que foi detectado o fato, o adolescente foi neutralizado pelos agentes na escola. “Com relação aos fatos registrados na data de 18 de maio de 2023, em uma , localizada na Avenida Calógeras, em Campo Grande, a Sejusp lamenta o ocorrido, se solidariza com a vítima e seus familiares e informa que todos os protocolos de segurança e o Procedimento Operacional Padrão da Polícia Militar, implantados e treinados anteriormente, foram seguidos, o adolescente em conflito com as leis, de 15 anos, neutralizado, imediatamente apreendido e encaminhado para a Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude (DEAIJ).”

“Na Deaij o infrator apreendido foi apreendido em flagrante delito por ato infracional análogo ao Homicídio Doloso na Forma Tentada, sendo em seguida encaminhado a uma Unidade Educacional de Internação (UNEI), onde permanece à disposição da Justiça, assim como os pais, que detém a guarda e respondem pelo menor, chamados à responsabilidade para explicar o acontecido.”

Adolescente estava atrás de abusadores 

Em depoimento na Deaij (Delegacia Especializada no Atendimento à Infância e Juventude), nessa quinta-feira (18), o adolescente de 15 anos que esfaqueou uma advogada de 45 anos, em frente à Escola Municipal Bernardo Franco Baís, em Campo Grande, contou que esperou a mãe sair para trabalhar e pegou as facas para cometer o crime.

O adolescente ainda revelou que acordou cedo, se arrumou e esperou a mãe sair para trabalhar, quando foi até a cozinha e pegou cinco facas, além de uma marreta, indo em direção à escola. Ele ainda falou que teria visto os abusadores indo para a quadra de esportes, e por isso, tentou entrar na unidade escolar.

Durante depoimento, o adolescente repetiu discursos de jovens que cometem este tipo de crime e que não serão reproduzidos pelo Jornal Midiamax, que zela pelo compromisso de não estimular atos de violência em indivíduos e comunidades de ódio, que resultam em novos casos, segundo recomendações de estudiosos em comunicação e violência. Pesquisas mostram que essa exposição pode levar a um efeito de contágio, de valorização e de estímulo do ato de violência.

O garoto revelou no depoimento que foi estuprado dentro do banheiro da escola por três alunos, no ano passado, e por isso, teria ido cometer o crime. Uma advogada de 45 anos foi esfaqueada nas costas ao tentar impedir o ex-aluno de entrar na escola com facas. 

Semed alega que não sabia de estupro

O Secretário Municipal de Educação, Lucas Bittencourt, disse na manhã desta sexta-feira (19), que não tinha conhecimento sobre o caso de estupro que o adolescente havia sofrido, na escola.

Lucas Bittencourt disse ao Jornal Midiamax que nada foi registrado em Ata sobre o caso de estupro do adolescente. Ainda segundo o secretário existe um grupo de psicólogos para atender a escola, mas que não fica sempre na unidade escolar. Os profissionais ficam em um centro e atendem as escolas. 

Nesta sexta (19), funcionários da Semed (Secretaria Municipal de Educação) fizeram a acolhida dos alunos após o episódio.