Serial killer de homossexuais que matou campo-grandense é condenado a 104 anos

Ele ainda roubava as vítimas e responde por latrocínio

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar
José Tiago quando foi preso – Divulgação/PCPR

José Tiago Correia Soroka, de 33 anos, serial killer acusado de matar e roubar homossexuais em Curitiba (PR) foi condenado a 104 anos e 4 meses de prisão, pelos crimes de latrocínio. A sentença foi divulgada nesta quinta-feira (14) e trata de três mortes, entre elas a do campo-grandense Marco Vinício Bozzana da Fonseca, 25 anos.

A sentença é assinada pela juíza Cristine Lopes, da 13ª Vara Criminal de Curitiba, datada de 8 de julho. Conforme a decisão da magistrada, Tiago foi condenado a um total de 104 anos, 4 meses e 6 dias de reclusão, mais 229 dias-multa. As informações são do site Banda B.

Matou estudante campo-grandense

José Tiago Soroka foi preso em 29 de maio de 2021, em Curitiba, após a série de assassinatos. Ele chegou a confessar os três latrocínios e ainda uma tentativa, dizendo que a intenção era de matar um homossexual por semana.

Marco foi vítima do serial killer
Marco Vinício foi vítima de Tiago – Reprodução/Instagram

Para a Polícia Civil, o Tiago revelou que só parou de praticar os crimes após ter a foto divulgada pela imprensa. Ele confessou os três latrocínios, de Marco – que cursava medicina na cidade paranaense –  também do professor universitário Robson Paim, de 36 anos, em Abelardo Luz (SC), em 17 de março, e do enfermeiro David Levisio, de anos, em 30 de abril.

José Tiago também confirmou a tentativa de homicídio contra uma quarta vítima, também homossexual, no dia 11 de maio em Curitiba. Foi a partir deste crime que José foi identificado. Após a DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa) divulgar a foto, ele parou de cometer os crimes por medo de ser reconhecido.

Soroka ainda revelou que pretendia matar uma vítima por semana, porque os bens e dinheiro que roubava duravam poucos dias. Todas as mortes aconteceram em terças-feiras e José se aproximava das vítimas através de aplicativos de relacionamento.

“Ele não marcava data. As terças-feiras eram coincidência, mas se programou para fazer um homicídio por semana para se manter financeiramente com o que pegava de pertences. Disse que estava gastando muito com drogas. Como durava apenas uma semana, precisava matar para roubar”, comentou ao UOL o delegado Thiago Nóbrega, da DHPP.

Ainda no depoimento, José Tiago não quis informar a motivação para escolher as vítimas homossexuais, mas a análise psicológica preliminar da Polícia Civil identificou que ele tem um “trauma não resolvido”. Para o psicólogo que acompanhou o depoimento, o acusado “matava fora o que o matava por dentro”.

Tiago escolhia as vítimas homossexuais para matá-las e se aproveitava das mortes para cometer os roubos. Segundo o delegado, em nenhum momento o acusado cogitou assassinar mulheres ou homens heterossexuais, dando a entender que gostava de matar homens gays. Sem advogado, Soroka afirmou que não fazia questão de um defensor, porque iria confessar tudo.

No relato, ele revelou ainda que tem outras vítimas, mas que só falaria sobre as que foram investigadas. “É bem frio e calculista”, afirmou o delegado.

Conteúdos relacionados

Presídio de regime semiaberto da Gameleira. Foto: Divulgação