PCC exibe domínio em região de Campo Grande que gerou pedido de prisão do Ministério Público a PMs
Reclamação de traficantes gerou pedido de prisão a policiais militares; desde então, aumentaram algazarras e pichações na região do Imbirussu
Danielle Errobidarte, Thatiana Melo –
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Quem passa pelo Bairro Zé Pereira, em Campo Grande, nesta quinta-feira (23) vê em vários muros de residências e de terrenos pichações da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), mostrando o domínio na região. Domício esse aumentado após pedido de prisão feito pelo MPMS (Ministério Público Estadual) contra policiais do Batalhão de Choque que atuaram em uma batida em boca de fumo, segundo os próprios moradores que, por medo, dizem pedindo para não terem a identidade revelada nem os rostos expostos que a atuação do grupo acontece em bairros próximos, mas não lá.
Apesar de ser visível a dominação da facção no bairro, muitos moradores tentam amenizar a situação dizendo que os ‘moleques’ fazem algazarra e não mexem com moradores e nem comerciantes do bairro. “A gente vê muitos jovens à noite nas esquinas fazendo algo errado”, disse um morador que não quis se identificar.
Um comerciante disse ao Jornal Midiamax que vê ‘bastante viatura’ no bairro e que a segurança no local é boa em comparação a outros. O que vai de encontro a declaração do presidente do Conselho Municipal de Segurança da região do Imbirussu, em Campo Grande, Felix Irlando Gonçalves, que disse que ficou surpreso com o pedido do MPMS (Ministério Público de MS) para prender Policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar após uma ação no bairro.
“Logo o MP que deveria ser um parceiro nosso. Eu vou convocar uma reunião extraordinária do Conselho de Segurança e vamos convidar um membro do Ministério Público caso queira participar”, disse Felix.
Segundo Felix, o Conselho recebe denúncias diárias de moradores e em várias oportunidades ele pede o apoio do Batalhão de Choque. “Isso é normal porque na maioria das vezes as pessoas que possuem algo ilícito costumam esconder e não falam. E claro que você não vai tratar com beijinho nem flores, ainda mais um batalhão especializado e bem treinado que nem o Choque, Deixamos as portas abertas pra o batalhão de choque, que é parceiro”, finaliza Felix.
Um morador de 60 anos, que teve o muro pichado com a sigla do PCC, disse que não sabe muito bem o que significa, e que só não pintou o muro porque não tem dinheiro. “Ouço muitos gritos nas ruas dessa gurizada que fica fazendo algazarra à noite”, finalizou.
Em um dos muros pintados, é possível ler a frase: “Cria da quebrada não morre, vira lenda”. Já outra pichação diz: “Proibido roubar na quebrada”.
MP pediu prisão de policiais após reclamações de traficantes
Policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul quase foram parar na cadeia e estão ‘proibidos’ de realizar o policiamento para segurança no Jardim Aeroporto e na Vila Popular, bairros da região oeste de Campo Grande. O pedido da prisão de PMs foi feito pelo Ministério Público Estadual de MS e vazou para moradores, que reclamam.
O caso começou quando os policiais realizaram abordagem a um casal suspeito de atuar no tráfico de drogas. Eles acabaram na casa da família, que acusou os policiais de abuso e agressão. Segundo o relato do casal, havia crianças na casa e os policiais do Choque foram violentos.
Assim, de suspeitos, os dois, com passagem por narcotráfico, viraram vítimas. Eles denunciaram o caso e o Ministério Público de Mato Grosso do Sul pediu a prisão dos policiais. O juízo da Auditoria Militar não aceitou o pedido da promotoria para colocar os policiais atrás das grades, mas aplicou medidas que restringem temporariamente a ação dos quatro servidores públicos estaduais da segurança pública na região.
Foi o suficiente para que as ‘vítimas’, segundo relatos de comerciantes que atuam nas imediações, supostamente comentassem a ‘blindagem’, em tom de comemoração. A decisão judicial impede os quatro policiais militares do Batalhão de Choque de realizarem policiamento ostensivo nas imediações do Jardim Aeroporto e da Vila Popular.
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