‘Não foi uma fatalidade, foi um crime’: família de Michelli lamenta 2ª morte na família em 10 meses
Michelli foi atropelada na porta de casa enquanto conversava com uma amiga
Thatiana Melo, Clayton Neves –
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Revolta e sentimento de vazio: é assim que familiares de Michelli Alves Custódio, de 36 anos, se despedem da secretaria morta ao ser atropelada em frente de casa, por um motorista de 32 anos embriagado. Michelli deixa dois filhos de 8 e 10 anos.
A irmã de Michelli, Wanessa Plonkoski, de 39 anos, falou ao Jornal Midiamax sobre a revolta que está sentindo pela morte de Michelli de uma forma tão brutal. “Não foi uma fatalidade, foi um crime. Quando ele pegou o volante sabia que não tinha condições de dirigir”, falou.
Wanessa ainda disse que é a segunda perda da família em 10 meses. O pai das irmãs morreu em janeiro deste ano. “Minha mãe está dilacerada e meus sobrinhos desolados”. A mulher ainda disse que espera por Justiça.
“Se ele sair pela porta da delegacia vai encher a cara de novo e matar outra pessoa”, falou Wanessa, que contou ter conversado com Michelli por 40 minutos antes do acidente. Na conversa, as duas falaram sobre a formatura da filha de Wanessa, deram risada e disseram uma a outra como se amavam.
Em seguida, Wanessa lembra que a irmã foi atropelada e morta pelo motorista. O pai dos meninos, Cleoni Diniz, de 43 anos, contou que a princípio, os filhos acreditavam que a mãe tinha ido para o hospital e quando receberam a notícia da morte, eles não aceitaram.
Cleoni disse que os filhos ficavam perguntando da mãe. “Fiquei perdido e não sabia o que falar”, falou. O enterro de Michelli acontece às 16 horas, no cemitério Memorial Park, em Campo Grande.
Bebeu por 9 horas seguidas
O motorista confessou em depoimento, após a sua prisão na madrugada des quinta-feira (13), que bebeu por cerca de 9 horas seguidas. Ele ainda disse que não se lembrava de ter atingido alguém. Michelli sofreu politraumatismo e os filhos de 8 e 10 anos presenciaram o acidente.
Além de Michelli, o motorista também atropelou uma mulher que conversava com ela na calçada e um pedestre que tentou impedir a fuga. Ambos foram socorridos para a Santa Casa de Campo Grande e seguem internados.
O motorista contou que estava assistindo ao jogo do Corinthians e ingeriu bebidas alcoólicas. Na saída, ele disse que o pneu estourou, o que o fez perder o controle do veículo Renault Sandero. Ele atropelou Michelli e uma mulher transexual, que foi socorrida inconsciente para o hospital pelo Corpo de Bombeiros.
Perícia concluiu que pneu estourou após o atropelamento
O relato feito de que o pneu estourou e causou o acidente não é verídico, de acordo com a delegada Joilce Silveira Ramos, que atendeu o local do acidente. A perícia concluiu que o pneu estourou após o acidente. O motorista só parou o carro após o veículo parar de funcionar, uma quadra depois do acidente, e estava em alta velocidade, segundo a delegada.
Ainda durante o depoimento, o motorista disse que não sabia que havia atropelado uma pessoa, e que algo que tinha caído em cima de seu para-brisa dificultou a sua visão, o que resultou no atropelamento, o que também foi questionado pela delegada. “Como que alguém consegue dirigir com algo atrapalhando a sua visão por uma quadra”, disse Joilce.
A delegada o autuou por homicídio doloso por dolo eventual, sem fiança. “As crianças passaram mal ao verem o corpo da mãe no chão. Uma das crianças chegou a vomitar”, disse a delegada.
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