Justiça decreta prisão preventiva a policiais penais que garantiam regalias ‘de luxo’ em MS

Associação criminosa de policiais penais apontados por concussão e corrupção passiva

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Cinco policiais penais que estavam presos temporariamente desde o último dia seis, tiveram a prisão convertida em preventiva pelo Juiz da 2ª Vara Criminal de Ponta Porã, após pedido do DRACCO (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado).

O Departamento apontou na Operação La Catedral, a existência de associação criminosa de policiais penais apontados por concussão e corrupção passiva, como por exemplo, no favorecimento para entrada de de bebidas, celulares e drogas no Presídio Ricardo Brandão em Ponta Porã.

Entre os presos, está Carlos Eduardo Lhopi Jardim, ex-diretor do Estabelecimento Penal Ricardo Brandão, João Xavier Martins Neto, Justo Aquino Navarro, Luiz Carlos Soto e Maicom Thomaz Corrêa de Alencar. 

Presos temporariamente desde esta quinta-feira (13) no Centro de Triagem em Campo Grande, João Xavier e Luiz Carlos entraram com pedido de transferência  por terem criado inimizades com presos nos anos em que prestaram serviços.

De acordo com a polícia, durante a operação, foram apreendidos celulares, notebooks, computadores dos investigados, além de documentos e R$ 47,1 mil  na residência de um dos autores.

Também foram apreendidos sete veiculos em posse dos investigados que deverão demonstrar a origem lícita na aquisição. A polícia também informa que ouviu na condição de testemunha, vários servidores que trabalhavam na unidade.  Ainda segundo a polícia, o nome La Catedral, faz referência a Penitenciária “construída” na Colômbia pelo narcotraficante internacional Pablo Escobar que era cheia de luxos e mordomias.

Caso

A operação foi deflagrada pelo DRACCO na manhã do último dia 06 deste mês em repressão aos crimes de corrupção e correlatos no presídio de Ponta Porã. Os cinco policiais penais foram presos temporariamente e afastados de suas funções por ordem judicial a pedido do Departamento.
Também foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão em Ponta Porã, onde foram realizadas apreensões nas casas dos servidores e no presídio.

De acordo com a polícia, as ações foram acompanhadas pela Corregedoria-Geral da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), com apoio da Direção do Órgão Penitenciário e equipes policiais da 1ª e 2ª Delegacias de Ponta Porã.

Ainda segundo a polícia, as provas foram colhidas juntos à Corregedoria da Agepen, que resultou na apreensão de grande quantidade de bebidas alcoólicas, celulares, drogas e dinheiro no presídio.

Também estão sendo apuradas às circunstâncias de fuga de dois internos, na qual indícios apontam envolvimento de funcionários diante recebimento de propina.

As investigações apontam ao menos dezenove tipificações de crimes, entre elas: associação criminosa, concussão, corrupção passiva e corrupção ativa. A polícia também aponta outras irregularidades como:

1) PROPINA PARA TROCA DE CELAS, SETORES, PAVILHÕES, REGALIAS, VENDA DE REMIÇÃO;

2) ENTRADA DE BEBIDAS ALCOOLICAS E COMERCIALIZAÇÃO NO INTERIOR DA UNIDADE PENAL;

3) ENTRADA DE CARNES (IN NATURA) E COMERCIALIZAÇÃO NO INTERIOR DA UNIDADE PENAL;

4) ENTRADA DE DROGAS E COMERCIALIZAÇÃO NO INTERIOR DA UNIDADE PENAL;

5) ENTRADA DE CELULARES E COMERCIALIZAÇÃO NO INTERIOR DA UNIDADE PENAL;

6) USO PARA FINS PARTICULARES DE MÃO DE OBRA OU DE SERVIÇOS PRESTADOS NA UNIDADE PENAL PELOS PRESOS;

7) CELAS ESPECIAIS COM PROJETO DE MÓVEIS PLANEJADOS , CHUVEIRO ELETRICO, ALIMENTAÇÃO DIFERENCIADA E DEMAIS REGALIAS, SEM PASSAR POR REVISTAS E/OU VISTORIAS;

Os servidores públicos continuam custodiados no CENTRO DE TRIAGEM de CAMPO GRANDE MS.

Ainda de acordo com a polícia, a prisão visa garantir a ordem pública e assegurar a aplicação da lei penal, impedindo que provas possam ser destruídas ou contaminadas.

 

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