Identificada vítima de confronto entre policiais e indígenas em fazenda de Mato Grosso do Sul

Homem tinha 42 anos

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Reprodução/Vídeo

Foi identificado como Vito Fernandes, de 42 anos, o homem que morreu durante confronto entre policiais militares e indígenas na Fazenda Borda da Mata, em Amambai, a 352 quilômetros de Campo Grande. O conflito aconteceu nesta sexta-feira (24), após a propriedade ser invadida.

Um boletim de ocorrência de homicídio decorrente da intervenção policial é registrado na Delegacia de Polícia Civil de Amambai. Conforme relatado pelo prefeito Edinaldo Bandeira (PSDB), Vito era indígena e chegou ao Hospital Regional já sem vida, ferido com um tiro no abdômen.

O prefeito da cidade é médico e acompanhou os atendimentos aos indígenas no hospital, confirmando 8 feriados, além dos três policiais militares do Batalhão de Choque, que passaram por um primeiro atendimento e voltaram para Campo Grande no helicóptero da Casa Militar.

Durante o confronto, o helicóptero sobrevoava a região e foi atingido por um disparo. Ainda há tensão na área de conflito e aproximadamente 100 policiais estavam na região na sexta-feira. Além dos policiais militares, também foi acionada a Polícia Federal, que acompanha o caso.

A PF ressaltou que compete aos agentes federais apenas “garantir a integridade de comunidades indígenas, quando essas se encontrarem em risco”.

Estrangeiros em meio a indígenas

Em entrevista coletiva, o secretário Antônio Carlos Videira, da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) ressaltou que entre os indígenas também há estrangeiros, possivelmente paraguaios. Isso, porque eles vêm ao país vizinhos tentar cooptar indígenas como mão de obra barata para a colheita de maconha.

A suspeita é de que sejam estes os homens armados que acabaram entrando em confronto com os policiais do Batalhão de Choque nesta sexta. O grupo de aproximadamente 30 pessoas, entre indígenas e estes estrangeiros, teriam ocupado a fazenda na quinta-feira (23). Inicialmente, policiais foram ao local e eles saíram, mas depois retornaram.

O secretário da Sejusp ainda ressaltou que a aldeia de Amambai é considerada pacífica.

Policiais e indígenas feridos

Foi confirmada a informação de que três policiais do Choque foram feridos a tiros, que atingiram regiões dos braços e pernas, sem maior gravidade. Eles foram socorridos pelos colegas e levados ao hospital de Amambai. Já do outro lado, 8 pessoas ficaram feridas, mas não há confirmação se todas seriam indígenas.

Destas, duas, em estado mais grave, foram transferidas ao hospital de Ponta Porã. Videira ressaltou que não se trata de um caso de reintegração de posse, mas sim ação de combate aos crimes contra patrimônio e também contra a vida.

Isso, porque na ocupação também teriam ocorrido ameaças e furtos, o que será apurado. O mesmo também ocorreu na noite de quinta-feira em Naviraí, ao sul do Estado. O secretário pontuou que a viatura da Polícia Militar que chegou ao local, após indígenas tomarem a sede da fazenda, foi recebida com flechas e lanças. O material foi apreendido e o veículo chegou a ser danificado.

Os policiais chegaram até a sede da fazenda, quando o grupo então saiu do local. Os proprietários ainda tentam identificar o que foi levado da fazenda e será feita apuração do crime de furto ou roubo.

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