Foi confirmado óbito de um indígena nesta sexta-feira (24), após confronto entre policiais e indígenas na região de , a 352 quilômetros de Campo Grande. Ferido, ele já teria chegado ao Regional da cidade sem vida.

O fato foi relatado pelo prefeito de Amambai, Edinaldo Bandeira (PSDB). Segundo ele, o homem sofreu ferimento no abdômen. Médico, o prefeito acompanha o atendimento no hospital. Ainda de acordo com ele, 11 pessoas entre policiais e indígenas ficaram feridas durante um confronto. O indígena que faleceu ainda não foi identificado.

Um novo conflito teria sido registrado na tarde desta sexta. Em entrevista coletiva, o secretário Antônio Carlos Videira, da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) ressaltou que entre os indígenas também há estrangeiros, possivelmente paraguaios. Isso porque eles vêm ao país vizinho tentar cooptar indígenas como mão de obra barata para a colheita de maconha.

A suspeita é de que sejam estes os homens armados que acabaram entrando em confronto com os policiais do Batalhão de Choque nesta sexta. O grupo de aproximadamente 30 pessoas, entre indígenas e estes estrangeiros, teriam ocupado a fazenda na quinta-feira (23). Inicialmente, policiais foram ao local e eles saíram, mas depois retornaram.

Gerente da fazenda chegou a registrar boletim de ocorrência, relatando que quando o grupo voltou, estava armado e atirando. Na coletiva, Videira pontuou que tiros foram feitos inclusive contra o helicóptero da Casa Militar, que sobrevoa a região. A aeronave também levou reforço de policiais do Choque ao local.

No momento, estão na área aproximadamente 100 policiais, entre eles equipes da de Ponta Porã. A PF ressaltou que compete aos agentes federais apenas “garantir a integridade de comunidades indígenas, quando essas se encontrarem em risco”. O secretário da Sejusp ainda ressaltou que a aldeia de Amambai é considerada pacífica.

Policiais e indígenas feridos

Foi confirmada a informação de que três policiais do Choque foram feridos a tiros, que atingiram regiões dos braços e pernas, sem maior gravidade. Eles foram socorridos pelos colegas e levados ao hospital de Amambai. Já do outro lado, 8 pessoas ficaram feridas, mas não há confirmação se todas seriam indígenas.

Destas, duas, em estado mais grave, foram transferidas ao hospital de Ponta Porã. O novo conflito registrado nesta tarde não teve feridos, mas o clima no local ainda é tenso. Videira ressaltou que não se trata de um caso de reintegração de posse, mas sim ação de combate aos crimes contra patrimônio e também contra a vida.

Isso porque na ocupação também teriam ocorrido ameaças e furtos, o que será apurado. O mesmo também ocorreu na noite de quinta-feira em Naviraí, ao sul do Estado. O secretário pontuou que a viatura da que chegou ao local, após indígenas tomarem a sede da fazenda, foi recebida com flechas e lanças. O material foi apreendido e o veículo chegou a ser danificado.

Os policiais chegaram até a sede da fazenda, quando o grupo então saiu do local. Os proprietários ainda tentam identificar o que foi levado da fazenda e será feita apuração do crime de furto ou roubo.