Ederson Krebs Vieira, de 23 anos, morreu atingido por um tiro de fuzil efetuado por policial de guarnição da Polícia Militar na Linha Internacional em Ponta Porã, cidade a 298 quilômetros de Campo Grande, durante o início da madrugada desta segunda-feira (26). De acordo com a polícia, Ederson estava armado com pistola, chegou a apontar arma contra os policiais e por isso foi atingido por um disparo.
Ainda segundo a polícia, no veículo foram encontrados cigarros contrabandeados. Já familiares e amigos dizem que Ederson, atingido com tiro nas costas, não estava armado e que ele transportava os cigarros paraguaios.
A polícia relatou no boletim de ocorrência que era realizado patrulha ostensiva na região central, quando, na altura da Avenida Presidente, virtualizaram um GM Astra azul, com placas do Mercosul, entrando no território brasileiro, vindo do Paraguai. Ainda segundo a polícia, Ederson demonstrou nervosismo, freou bruscamente o carro, e deu marcha ré para tentar retornar ao Paraguai.
A polícia diz que foi dada ordem de parada, com sinais sonoros e luminosos, porém, ele não teria acatado às ordens e tentou realizar o retorno na via. A Polícia Militar relata que durante o retorno, Ederson apontou uma arma de fogo contra a guarnição, momento em que um dos policiais realizou o tiro de fuzil calibre 5.56.
Consta no registro que o rapaz tentou novamente fazer outro retorno, quando perdeu o controle do veículo, momento em que bateu o Astra contra uma elevação na Linha Internacional, onde o carro ficou parado.
A polícia diz que então falaram para Ederson descer do carro com as mãos na cabeça, e ele respondeu: “não consigo sair”. Ele então foi retirado do carro e levado ao Hospital Regional da cidade, onde deu entrada com vida, porém morreu durante cirurgia.
Conforme os policiais, no carro, foi encontrado, caída no assoalho, uma pistola Glock G17 com numeração raspada, uma munição na câmara pronta para uso e mais 10 no carregador, além de 250 pacotes de cigarros contrabandeados, além de vestígio de cocaína no porta copos do carro. A família também nega que havia droga no veículo.
A família informou que irá procurar Comissão de Direitos Humanos da OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil/Mato Grosso do Sul). Informação é de que a Polícia Militar irá se manifestar sobre os fatos na manhã desta terça-feira (26). O caso foi registrado como posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito e homicídio decorrente de oposição à intervenção policial.
De Campo Grande, Ederson será velado no cemitério das Moreninhas, durante a madrugada desta terça-feira (27), onde será sepultado.
