Ex-militar da Aeronáutica vai a júri popular em outubro por matar ex asfixiada e desovar corpo
Tamerson está preso pelo crime e foi excluído da FAB
Renata Portela –
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Foi marcado para o dia 5 de outubro o julgamento de Tamerson Ribeiro de Lima Souza, 32 anos, ex-militar da Aeronáutica acusado do assassinato de Natalin Nara Garcia de Freitas Maia, de 22 anos. A jovem foi morta asfixiada pelo ex-marido em fevereiro deste ano, depois teve o corpo desovado em uma área de mata.
No interrogatório do réu, em agosto deste ano, Tamerson alegou que estava arrependido do crime e ainda disse que matou Natalin por acidente, porque tentava conter a jovem. Isso, porque segundo ele a vítima estava “descontrolada e quebrando móveis da casa”.
Segundo o advogado de defesa, João Ricardo, o autor alegou que Natalin teria chegado em casa com sinais de embriaguez, descontrolada e o agredindo. Tamerson então teria aplicado o golpe que a matou na tentativa de contê-la, para que a mesma parasse com as agressões e não quebrasse móveis da casa.
Tamerson também disse em juízo que se arrepende do crime cometido. A versão do autor se repete desde sua prisão. Vale lembrar que o mesmo chegou a forjar conversas, enviando mensagens para seu psicólogo e dizendo que foi ‘abandonado’ pela vítima.
Prints das mensagens de WhatsApp anexadas recentemente ao processo de Tamerson mostram a tentativa de dissimulação do militar em dizer que Natalin o havia abandonado, assim como, a filha. Em depoimento realizado em junho deste ano, familiares da vítima relataram episódios de agressões e o medo que a vítima sentia do marido.
Avó de Natalin relatou que no final de 2021 a jovem pediu para dormir com ela e, naquela noite, confidenciou que o casamento não ia bem. “Ele está me maltratando, me machucando, tenho medo”, teria dito Natalin para a vó. Ainda segundo a testemunha, a neta contou que, se prestasse queixa, Tamerson a mataria.
Tamerson excluído da Força Aérea
Tamerson foi excluído das fileiras da FAB (Força Aérea Brasileira), em decisão a processo administrativo do Conselho de Disciplina. A decisão foi publicada no fim de junho e o pedido de transferência para um presídio comum foi deferido no mês passado.
Preso por assassinar a esposa Natalin Nara na madrugada de 4 de fevereiro deste ano, Tamerson estava detido na Base Aérea de Campo Grande, já que era militar. Em ofício, o comandante, brigadeiro do ar Clauco Fernando Vieira Rossetto, comunicou a exclusão do réu das fileiras da FAB.
Ainda de acordo com o ofício, Tamerson foi excluído a bem da disciplina, perdendo o direito de responder ao processo preso na Base Aérea. Sendo assim, foi solicitado traslado para um presídio comum e o pedido foi deferido pelo juiz Aluizio dos Santos Pereira, da 2ª Vara do Tribunal do Júri.
Feminicídio de Natalin
O crime aconteceu na madrugada do dia 4 de fevereiro, na residência do casal, na Rua Dorothea de Oliveira, no Residencial Oliveira.
Conforme a denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), Tamerson e Natalin conviviam maritalmente há quatro anos e tinham uma filha. Naquele dia, a vítima chegou em casa de madrugada e o casal teve uma discussão, quando Tamerson estrangulou a esposa com os braços, em um golpe de ‘mata-leão’.
Natalin foi morta por asfixia mecânica. A filha do casal esteve na residência todo o tempo durante o crime. Tamerson então enrolou o corpo da esposa em um lençol e colocou no porta-malas do carro. Na manhã seguinte, ele ainda levou a filha de apenas 4 anos para a escola, com o corpo da mãe no veículo.
Depois, dirigiu até a Rodovia BR-060, onde desovou o corpo da esposa em um matagal. Ele foi denunciado pelo feminicídio qualificado pelo motivo torpe, na presença de descendente e emprego de asfixia, além da ocultação de cadáver. A denúncia foi recebida pelo juiz Aluizio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri.
Tamerson esteve preso na Base Aérea de Campo Grande, quando foi detido em flagrante após o corpo de Natalin ser encontrado, mas foi transferido ao presídio após a exclusão da FAB.
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