‘Estuprador em série’ condenado por fazer 12 vítimas está na PED

Os estupros cometidos por Rafael começaram em 2015

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Rafael foi preso em janeiro de 2017 – (Arquivo, Midiamax)

Rafael de Souza  Leite, condenado a 11anos de prisão por estuprar 12 mulheres, está encarcerado na PED (Presídio Estadual de Dourados), que fica a 225 quilômetros de Campo Grande. A condenação de Rafael foi assinada em março deste ano pela  juíza May Melke Amaral Penteado Siravegna, da 4ª Vara Criminal.

Diferente do que foi dito, Rafael não teria sido preso no início dessa semana, após o registro de um boletim de ocorrência feito por uma vítima, que teria feito um reconhecimento do invasor de sua casa, em Campo Grande, como se fosse Rafael. Segundo a mulher, o invasor se parecia com o preso e teria tentado estuprá-la.

A moradora que estava com seu filho de 4 anos, na residência. A invasão aconteceu no dia 9 de maio deste ano, e o caso foi registrado na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher).

Ela disse que estava dormindo com seu filho quando, por volta da 1 hora da madrugada, O invasor abriu a janela de seu quarto dizendo que estava fugindo da polícia. Ela afirmou ligaria para a polícia e ele passou a dizer: “eu sei que você quer, abre a porta moça”.

A moradora relatou que o invasor só não conseguiu entrar na casa porque a janela tem grade. Quando os militares chegaram, não encontraram ninguém. Ela fez o reconhecimento dele por foto quando preso pelos policiais.

A sentença

A pena imposta foi de 7 anos de reclusão por estupro e 4 anos por roubo, totalizando 11 anos de reclusão em regime fechado, sem substituição. Na época, foi dado a Rafael a possibilidade de apelar da sentença em liberdade, mas ele continua preso

O MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) aponta na denúncia que, no dia 14 de setembro de 2015, uma vítima foi roubada e estuprada por Rafael nas proximidades da Avenida Guaicurus. A mulher estava sozinha, foi atingida com um soco no olho pelo acusado e caiu no chão, quando foi imobilizada. Ela teve a boca tampada para não gritar e foi estuprada.

Só ao conseguir atingir o acusado nos olhos com as unhas, a vítima então conseguiu se livrar e gritar por socorro. Rafael pegou a bolsa da jovem e fugiu. Preso após investigações da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), Rafael confessou este e outros 11 estupros contra mulheres, entre janeiro de 2015 e janeiro de 2017.

Ainda conforme a denúncia, os crimes foram praticados pelo acusado, com a ciência que ele era soropositivo. Ele chegou a declarar que tinha ciência que, se posto em liberdade e sob efeito de drogas, poderia voltar a praticar os crimes.

Vítimas de estupro

Ainda no interrogatório, a polícia registra 11 casos de estupro cometidos por Rafael. O 11º foi praticado em 11 de janeiro de 2017, quando ele invadiu a casa da vítima por volta das 3 horas, pela janela. Ele tampou o rosto da vítima com uma camiseta e a estuprou. Rafael se lembra de que havia um bebê na residência, em um berço. Após o crime, ele voltou na casa da vítima para roubar o celular.

Em 15 de dezembro de 2016, a 10ª vítima. Ele contou que não se recordava totalmente, que estava drogado e embriagado. Ele viu a mulher passar na rua, sozinha e a viu entrar em casa. Ele a seguiu, invadiu o local e estuprou a mulher. O 9º caso tinha ocorrido menos de um mês antes, em 17 de novembro de 2016.

Por volta das 10 horas da manhã, Rafael invadiu a casa da vítima, sabendo que o marido dela não estava no local, pois o conhecia e sabia a rotina da família. Ele foi até a residência fingindo que procurava pelo marido da vítima e a estuprou, ameaçando matar a mulher caso ela contasse para alguém.

O caso 8 ocorreu no dia 18 de outubro de 2016, por volta das 15h30, quando Rafael teria estuprado outra vítima. Ele, no entanto, disse que não foi o autor do crime. O 7º caso relatado ocorreu em 25 de agosto de 2016, por volta da meia-noite. Sobre este, Rafael disse que não se recorda, ao mesmo tempo em que teria cometido três ou quatro estupros neste bairro, no Los Angeles.

Depois, revela que tinha cometido o estupro e que negou para tentar ‘se livrar’. Rafael contou que invadiu uma residência também sabendo que a vítima estava sozinha. Com um caco de vidro, a ameaçou e estuprou a mulher. O 6º caso apontado pela polícia foi cometido em 17 de outubro de 2015.

Por volta das 5 horas, Rafael invadiu uma residência e, quando tentava estuprar a vítima, a mãe dela apareceu. Ele fugiu correndo do local. Em 14 de setembro de 2015, a 4ª vítima foi estuprada por Rafael no Jardim Colibri. Ele agrediu a vítima, a derrubou no chão, imobilizou, mas a vítima conseguiu reagir. O acusado tomou a bolsa da mulher e fugiu.

Sobre o 3º caso, em 26 e agosto de 2015, o acusado contou que aconteceu por volta das 5 horas. A vítima foi abordada no ponto de ônibus, ameaçada de morte com uma faca e levada até um terreno baldio, onde foi violentada. O celular da mulher foi roubado pelo acusado, que sempre trocava os pertences por drogas.

Em maio de 2015, há registro do que seria o segundo estupro cometido por Rafael, no Jardim das Nações, caso esse que ele nega. Já o primeiro caso data de 14 de janeiro de 2015. Neste dia, por volta das 8 horas, Rafael tinha usado drogas e andava em uma bicicleta cargueira. A caminho do Tarumã para comprar mais drogas, ele viu a vítima sentada na calçada perto do ponto de ônibus.

O acusado abordou a vítima e a estuprou. Mais de uma vez, no interrogatório, Rafael disse que se sentia arrependido dos crimes e que queria se retratar, sabendo que a culpa não era apenas das drogas, mas que, se não fosse usuário, não teria cometido os estupros.

(Matéria alterada para correção de informação)

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