Chefes de quadrilha do falso consórcio que arrecadou R$ 4 milhões são presos em Campo Grande

Quadrilha fez mais de 200 vítimas em uma única empresa

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Chefes da quadrilha presos (Henrique Arakaki, Midiamax)

Um casal que era chefe da quadrilha do falso consórcio que aplicava golpes em Campo Grande foi preso por policiais da Decon (Delegacia Especializada do Consumidor), nesta quinta-feira (24), durante uma ação em conjunto com o Procon. A quadrilha já teria arrecado o valor aproximado de R$ 4 milhões com os golpes.

Segundo o delegado Reginaldo Salomão, titular da Decon, a empresa do falso consórcio, na Avenida Afonso Pena, tinha sido lacrada na última segunda-feira (21). Os policiais ficaram monitorando o local e, nesta quinta (24), os chefes foram flagrados rompendo o lacre da empresa para fazer o atendimento de uma nova vítima.

Quando eles estavam já dentro da empresa, os policiais chegaram dando voz de prisão. Sobre essa empresa, a Solucred, na Afonso Pena, já havia 12 registros por estelionato contra o grupo que tinha outras quatro lojas: MNK, Agilik Bank, Roma e Consórcio Otimiza.

Apenas na empresa da Afonso Pena, o grupo fez mais de 200 vítimas. Cerca de 20 pessoas foram ouvidas na última semana. Ainda segundo o delegado, algumas vítimas estavam sendo ameaçadas por membros da quadrilha, caso procurassem a polícia. 

O grupo criminoso estava expandindo os ‘negócios’ para cidades de Naviraí, de onde já tinham dois registros por estelionato, Três Lagoas e Dourados. 

Quatro núcleos

O grupo criminoso contava com quatro núcleos, sendo que dois deles já foram alvos de operações da especializada. Este grupo seria o terceiro núcleo do esquema.

Cerca de 50 pessoas foram vítimas desse terceiro núcleo e os prejuízos somam mais de R$ 100 mil. Cada contrato não era fechado por menos de R$ 1.870, mas algumas vítimas tiveram prejuízo de R$ 50 mil. Em uma das apreensões, foram recolhidos cerca de 48 contratos, mas apenas 12 vítimas decidiram por representar contra o grupo criminoso.

“Muitas pessoas ficam com vergonha ao perceber que caíram em um golpe”, fala Salomão. Nessa segunda, algumas vítimas invadiram o escritório e a polícia acabou sendo chamada para o local. Oito membros do grupo foram levados para a delegacia. Foram ouvidos e liberados já que não tinha flagrante.

O delegado ainda diz que o grupo vem cooptando jovens para integrar a quadrilha. Alguns que perceberam o golpe chegaram a fazer a denúncia na delegacia. Em relatos disseram que a meta do grupo criminoso seria de arrecadar R$ 5 milhões para 2023.

“Não existe almoço grátis”, disse o delegado que alerta para quem procura este tipo de serviço. “Consórcio tem legislação rígida, não tem meio termo”.

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