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Polícia

Casos de violência doméstica tendem aumentar em festas de fim de ano, alerta delegada

Na maioria dos registros, agressores e vítimas estavam embriagados
Clayton Neves, Karina Campos -
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deam delegacia da mulher (1)
Foto: Henrique Arakaki/Midiamax

A virada do ano deve registrar novos casos de violência doméstica, de acordo com a delegada Elaine Ishiki Benicasa, da Deam (Delegacia Especialidade de Atendimento à Mulher), pela consequência da mistura de emoções afloradas com o uso exagerado de bebidas alcoólicas nas reuniões de famílias desse período.

Benicasa reforça que, com base nas estatísticas dos plantões do fim de ano, quase 100% das ocorrências registradas nesse período envolvem prisões em flagrantes com agressores e vítimas embriagados. Situações de conflitos mais a soma de bebida costumam aflorar e aumentar casos de violência doméstica.

“Na Deam, como em todo ano, há plantão de 24h, com reforço de alguns investigadores, delegadas preparadas para receber a demanda que cresce no fim do ano. Nossa recomendação é o uso moderado da bebida alcoólica, se concentrar no verdadeiro motivo da data, de forma consciente comemorar, com gratidão o fato de finalizar o ano, ano de dificuldade, momento de paz, de amor e de reconciliação”, disse.

Alto índice de feminicídio

2022 encerra com 12 feminicídios registrados apenas em Campo Grande. Em Mato Grosso do Sul o número alcançou 42 vítimas fatais, pelas mãos de companheiros. “Se há um balanço positivo para fazer é do trabalho da Polícia Civil, que nesses 12 casos, todos tivemos êxito na prisão dos autores, compromisso e cumprimento de resposta à sociedade e aos familiares”.

Os números de morte contra mulheres pelos parceiros superam todo o ano de 2021, quando foram registrados 31 casos do crime no Estado. ”Esse ano tivemos mais de 8 mil registros de violência doméstica. Em 2023 vamos continuar focando o lado preventivo, com políticas públicas, rede de proteção, educação infantil, reeducação do agressor, políticas públicas, difusão de informações como forma de prevenção desses crimes”, finaliza.

Em 11 meses, 42 mulheres foram assassinadas em MS

Conforme os dados do SIGO Estatística Sejusp(Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública) até o início do mês de dezembro, 19.615 mulheres foram vítimas de algum tipo de violência doméstica, já que existem ao menos cinco tipos: física, psicológica, moral, patrimonial e sexual.

A sede da Deam também conta com a primeira Vara Especializada em Medidas Protetivas e Execução de Penas do País, 3ª Vara de Violência Doméstica e Familiar c/ a Mulher, MPE – 72ª Promotoria de Justiça, Defensoria Pública e GCM/Patrulha Maria da Penha.

O local possui ainda intérprete de LIBRAS para atendimento a mulheres surdas em situação de violência.

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