Mudança em normativa lota e tumultua delegacias para registro de ocorrências da PM
Durante plantões, até 12 viaturas chegam a aguardar registro nas delegacias, segundo policiais civis
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A falta de computadores para registro de boletins de ocorrência nas delegacias plantonistas de Campo Grande tem gerado espera de até quatro horas por vítimas atendidas pela PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul). Na Casa da Mulher Brasileira, existem apenas dois computadores para uso dos policiais militares, o que, segundo relatos, já teria gerado acúmulo de até 12 viaturas no pátio e espera de até quatro horas pelas vítimas.
Conforme relatado por policiais ao Jornal Midiamax, os boletins de ocorrência registrados pela Polícia Militar — os chamados BOPMs — passaram a ser confeccionados apenas nas delegacias plantonistas, Depacs (Delegacias de Pronto Atendimento Comunitário) e Deam (Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher). Antes, o registro poderia ser feito em computadores dos batalhões e companhias da cidade, distribuídos pelas sete regiões urbanas de Campo Grande.
Segundo relatado, houve aumento de viaturas em circulação na cidade, mas a quantidade de locais para registro das ocorrências não aumentou, e nem o número de computadores disponíveis para os policiais. Em julho, foram entregues 48 novas viaturas, no total de R$ 9 milhões.
Na sala da Polícia Militar, localizada na Casa da Mulher Brasileira, são apenas dois computadores. Há relatos de que vítimas encaminhadas para o local para posteriormente prestarem depoimento na Deam, tenham ficado até quatro horas esperando pelo atendimento, uma vez que o registro na Polícia Civil só pode ser feito após a finalização do BOPM.
A preocupação, segundo os policiais, é que a espera estaria causando revitimização nas mulheres atendidas pela Casa da Mulher Brasileira, uma vez que já são encaminhadas para lá pela PM após sofrerem algum tipo de violência. Muitas delas teriam passado a noite nos assentos da delegacia, até que o atendimento pudesse ser finalizado.
Ainda segundo os relatos, tem sido frequente a quantidade de boletins feitos sem autor ou vítima, o que teria gerado um aumento no volume de ocorrências atendidas, mas que não refletem no cumprimento de ações efetivas para coibir crimes. Os policiais relataram que a decisão de não poder mais registrar os BOPMs nos batalhões e companhias teria sido tomada há cerca de 15 dias, após uma normativa interna.
Em nota, a PMMS, por meio da assessoria de imprensa informou que “o número de atendimentos à população aumentou, devido o Programa de Obtenção da Capacidade Operacional Plena – OCOP, que lançou 48 novas viaturas, divididas em subsetores, de acordo com as Regiões Urbanas da Capital. A Polícia Militar não recebeu qualquer comunicação oficial sobre o fato apresentado. Os Boletins de Atendimento são feitos, para que o devido processo legal seja cumprido, apresentando informações colhidas durante o atendimento da comunidade. Conforme diretriz do Ministério Público, todo caso envolvendo possível violência contra mulheres precisa ser notificado à autoridade competente, para que dessa forma o apoio às vítimas possa ser prestado o mais breve possível. Os Boletins de Ocorrência são confeccionados com a maior brevidade e apresentados imediatamente à Polícia Civil. Quanto ao eventual tempo de espera em delegacias, não está relacionado ao trabalho da Polícia Militar”, informou a PM. *Matéria atualizada às 18h50 para acréscimo de posicionamento
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