Crime macabro: “Jesus me mandou fazer isso”, disse homem após matar mulher e filha na fronteira
Polícia investiga participação de irmãos em duplo homicídio e ocultação de cadáveres em Pedro Juan Caballero
Arquivo –
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Logo após ser preso em Pedro Juan Caballero, na fronteira com Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, Pablino Gomes Ledesma, de 53 anos, disse aos agentes da Polícia Nacional do Paraguai, que matou a própria filha para tirar o demônio do corpo dela. Antes de tirar a vida de Noelia Gimenez Romero, de 20 anos, Pablino já tinha assassinado a mulher, Patrocínio Romero Olmedo, de 47 anos. O mestre de obras também contou aos policiais que não estava arrependido.
“Matei em nome de Jesus porque ela estava possuída pelo demônio”, confessou Pablino, que teria contado com a ajuda de três filhos, dois deles menores de idade, relatando ainda que primeiro tirou a vida da esposa por enforcamento. Ele disse ouvir vozes divinas e que os vizinhos tinham medo de passar em frente a casa deles com receio de serem atacados. O caso já havia sido relatado em 25 de outubro, quando procurou a polícia para denunciar o falso desaparecimento da mulher e da filha.
Durante o registro da ocorrência, na Delegacia de Polícia de Pedro Juan Caballero, do Departamento de Amambay, que foi acompanhado pelo comissário Carlos Miguel Lopes Russo, teria afirmado que a filha estaria falando “em línguas”. Segundo informações do próprio pai, os parentes estavam tão assustados quanto os vizinhos, que viviam em orações para que o demônio fosse afastado.
Pablino explicou que Jesus falou com ele por meio de sua esposa. “Ela é o vaso do Senhor, vocês não vão entender, ela é batizada com o Espírito Santo, Jesus falou através do vaso dela, aquela que tem unção, selo do Espírito Santo, aí Jesus desce”, disse o homem, revelando que matou a filha para salvar a mulher que iria ressuscitar. “Por ordem de Jesus não contei o que aconteceu aqui, eu conheço Jesus, vou morrer tranquilo, contente e feliz”, justificou ele, ao explicar porque dormia com os corpos na casa.
Desaparecimento
No dia 25 de outubro, Pablino e a mãe de Patrociña Sotera Olmedo Romero, de 68 anos, teriam denunciado o desaparecimento da mãe e filha. No registro policial, diz que elas teriam viajado em agosto deste ano para Ciudad del Este, para frequentar um centro espírita, já que Noelia estaria possuída pelo demônio.
O autor falou que a mulher e a filha viajaram com um amigo e que ele não sabia o nome. Mas as duas vítimas nunca mais voltaram para casa. O médico forense César Gonzalez informou que mãe e filha foram mortas entre três e quatro meses atrás. O filho de Pablino foi preso e mais dois menores apreendidos. O genro está sendo procurado pela polícia.
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