Juiz autoriza inclusão definitiva de empresário preso na Omertà em presídio federal

Na terça-feira (7), o juiz de Direito Alexandre Antunes da Silva decidiu por autorizar a inclusão definitiva de Jamil Name em presídio federal, além da requerer a manutenção em RDD (Regime Disciplinar Diferenciado) por até 360 dias. Isso acontece após serem apresentados fatos novos no processo. A decisão foi incluída aos autos na quarta-feira (8), […]

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Na terça-feira (7), o juiz de Direito Alexandre Antunes da Silva decidiu por autorizar a inclusão definitiva de Jamil Name em presídio federal, além da requerer a manutenção em RDD (Regime Disciplinar Diferenciado) por até 360 dias. Isso acontece após serem apresentados fatos novos no processo.

A decisão foi incluída aos autos na quarta-feira (8), após pedido feito em junho pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul). Após serem apresentados os fatos novos que justificariam a inclusão definitiva do réu em presídio federal, o juiz aponta algumas falas do empresário durante a prisão na primeira fase da Operação Omertà.

Entre as quais, ofensas a desembargadores e autoridades e uma despedida em “tom de soberba” para a esposa, dizendo “até amanhã”, nas palavras da polícia e do magistrado. No entanto, mesmo após ser detido e transferido para uma unidade federal, o réu teria continuado a praticar crimes.

Segundo o juiz, foram ordens de execução, além de uma possível proposta de propina para retornar a Mato Grosso do Sul, além da ameaça de morte feita a um policial civil durante audiência. Tudo foi gravado, uma vez que as audiências de instrução acontecem por videoconferência.

Também de acordo com o magistrado, há várias ações penais em andamento contra Jamil Name, já com prisão preventiva decretada em algumas delas. Em uma mais recente, na terceira fase da Omertà, que segundo o juiz trata da informação de possível ligação com organização criminosa da fronteira entre Brasil e Paraguai.

Decisão

Assim, o juiz Alexandre Antunes confirma que o réu continuou exercendo liderança no grupo criminoso mesmo preso. Com isso, reforçando a necessidade da manutenção no Sistema Penitenciário Federal. Por fim, o magistrado então autoriza a inclusão definitiva de Name e requer a manutenção na unidade federal.

Também foi requerida manutenção em RDD por até 360 dias, “inibindo a atuação de provável organização criminosa que continuaria se organizando no presídio estadual, inclusive com possível trama para execução de autoridade de segurança pública”, pontuou o juiz. Assim, o documento foi encaminhado aos juízes corregedores da Penitenciária Federal de Campo Grande e de Mossoró (RN).

Fatos novos

No dia 30 de junho, o MPMS apresentou outros fatos novos, além das ameaças e ordens de execução encontradas em um papel higiênico no presídio de Mossoró. Conforme as promotoras, em 22 de junho em uma das audiências, o réu teria ameaçado matar uma das testemunhas de acusação, um policial civil que prestava depoimento.

Juiz autoriza inclusão definitiva de empresário preso na Omertà em presídio federal
(Reprodução, Gaeco)

Ainda foi alertado pelo juiz que as ameaças estavam sendo gravadas, momento em que o juiz ainda pede que o som daquele presídio seja cortado. Em outra audiência, sobre a morte de Matheus Coutinho Xavier, o MPMS afirma que Name chegou a dizer que “sustenta a cidade”, o que para as promotoras evidencia a prática de pagamento de propinas.

Também foi revelado em fala que ele teria pedido ao juiz que entrasse em contato com o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), relator de habeas corpus, e dissesse que pagaria milhões de reais se fosse retirado do Presídio Federal. Com isso, o MPMS alega que o réu segue praticando crimes no presídio e reitera os argumentos já apresentados, pedindo a inclusão definitiva no presídio federal e no RDD.

Tentativa de retorno

Ainda em junho, o réu teve um parecer positivo do ministro Marco Aurélio, do STF, sobre um habeas corpus que definia o retorno para Campo Grande. Com isso, Jamil Name voltaria ao Centro de Triagem, uma unidade de Segurança Média onde ficou inicialmente preso em setembro e outubro de 2019.

No entanto, o juiz de Direito da 1ª Vara de Execução Penal de Campo Grande acabou decidindo pela inclusão do preso em RDD e em presídio federal. Apesar dessa decisão, ele afirmou que o réu poderia retornar ao Presídio Federal em Campo Grande, ficando a cargo do Depen (Departamento Penitenciário Nacional).

A decisão ainda está nas mãos do STF, que deve votar a pauta em agosto.