Relembre o caso: há 5 anos, ex-PM era julgado por matar na frente de boate em Campo Grande

Em 15 de maio de 2015, Bonifácio dos Santos Júnior, então com 39 anos, era julgado pelo homicídio de Ike César Gonçalves. O homem foi morto a tiro no dia 28 de outubro de 2012, na frente da casa noturna Santa Fé que funcionava na Rua Brilhante, Vila Bandeirantes em Campo Grande. O ex-policial militar […]

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Em 15 de maio de 2015, Bonifácio dos Santos Júnior, então com 39 anos, era julgado pelo homicídio de Ike César Gonçalves. O homem foi morto a tiro no dia 28 de outubro de 2012, na frente da casa noturna Santa Fé que funcionava na Rua Brilhante, Vila Bandeirantes em Campo Grande.

O ex-policial militar da extinta Cigcoe (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais) foi condenado a 19 anos de prisão em regime fechado após o julgamento realizado naquele 15 de maio pela 2ª Vara do Tribunal do Júri. Em 2017 um novo mandado de prisão foi cumprido contra Bonifácio, que já estava no Presídio de Trânsito.

Em 2016, o desembargador Francisco Gerardo de Sousa decidiu pelo redimensionamento da pena de Bonifácio para 13 anos de reclusão. O mandado foi expedido e cumprido em 21 de março de 2017.

Bonifácio matou o jovem Ike César Gonçalves, então com 29 anos, no dia 28 de outubro de 2012, na frente da casa noturna Santa Fé, que funcionava na Rua Brilhante, Vila Bandeirantes, em Campo Grande. Além de Bonifácio, também foi levado a júri, o policial militar Osni Ribeiro De Lima, de 38 anos. Amigo de dele, que ajudou na fuga após o homicídio.

De acordo com a sentença condenatória, assinada pelo juiz Thiago Nagasawa Tanaka, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) pediu a condenação de Bonifácio pelos crimes de homicídio qualificado por motivo torpe e meio que possa resultar perigo comum e absolvição do crime de tentativa de homicídio em relação a Max Bruno de Souza Leite, que também estava no local e quase foi atingido pelos tiros disparados pelo policial.

Com relação a Osni, foi pedida a desclassificação para o crime de homicídio para o delito de favorecimento pessoal. A defesa dos acusados pediu a absolvição por legítima defesa própria e de terceiro e afastamento das qualificadoras em relação à vítima Max Bruno e defendeu a absolvição por insuficiência de provas. Quanto a Osni, os defensores sustentaram a negativa de autoria, por não ter aderido à conduta de Bonifácio.

O Conselho de Sentença reconheceu as materialidades e as autorias dos delitos, acolhendo as teses da acusação, com isso, Bonifácio foi condenado a 19 anos de reclusão em regime fechado.

“Em razão de sua periculosidade, pela elevada gravidade concreta da conduta, assim como pela repercussão social do fato, de forma a resguardar a credibilidade do Poder Judiciário e evitar a sensação de impunidade, que o faço para garantir a ordem pública”, afirmou o magistrado.

Expulsão

Bonifácio foi excluído do quadro da Polícia Militar em julho de 2014, depois de condenado pela auditoria militar a 10 meses de prisão. Na época, a defesa dele conseguiu com que a detenção fosse suspensa, porém ele não participa da carreira militar.

A condenação ocorreu porque Bonifácio teria agredido um homem em Porto Murtinho. Ele revelou que estava atrás de um suspeito, quando este caiu e se machucou durante uma ocorrência, porém o homem alegou que apanhou do militar na época.

Homicídio de Ike

O crime aconteceu durante a madrugada daquele dia 28 de outubro. O policial que era lotado na extinta Cigcoe teria efetuado vários disparos contra as pessoas que estavam na rua, por causa de uma briga. O policial foi detido junto com um colega, o também policial militar Osni, que teria ajudado na fuga do suspeito.

Eles chegaram a ficar detidos, mas Osni teve o pedido de HC deferido e posto em liberdade no dia 19 de dezembro de 2012. Já Bonifácio teve o pedido de liberdade concedido em 15 de abril de 2013 e desde então respondia em liberdade.

Os dois sempre negaram os crimes em todas as oportunidades em que foram ouvidos, mas várias testemunhas afirmam que eles são os autores dos delitos. Durante a fase de instrução do processo foram ouvidas 17 testemunhas.

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