Foi concedida pela Justiça na manhã desta terça-feira (3) a revogação da prisão preventiva do falso médico Marx Honorato Ortiz, acusado pela morte do idoso João Maria Padilha da Silva em dezembro de 2014, em Paranhos. O julgamento que estava marcado para esta quarta-feira (4) foi suspenso.

O alvará de soltura foi concedido pelo juiz Vinicius Aguiar Milani, que em despacho proibiu que Marx mantenha qualquer tipo de comunicação com as testemunhas. Ele responde pelos crimes de homicídio, e também pelos crimes de exercício ilegal da profissão e falsidade ideológica.

O falso médico também foi denunciado por ameaçar testemunhas e também pela advogada Eliana de Oliveira Trindade, de 61 anos, que atua como assistente da promotoria.

Morte do idoso

Segundo a denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), no dia 14 de novembro, Marx atuava no hospital da Paranhos. Isso, se passando por profissional de medicina. Então, naquele dia João procurou a unidade com dores de cabeça e vômito com sangue, sendo feito o atendimento pelo réu, que fez exames.

No entanto, o falso médico alegou que a vítima estava bem de saúde e que poderia ter tido os sintomas por um abalo emocional. Com isso, João voltou a vomitar sangue e retornou ao hospital já em uma ambulância, mas como havia informação que já tinha sido medicado, acabou voltando para casa.

Já no último retorno, às 18 horas, João foi internado pelo falso médico, enquanto a filha pedia transferência da vítima para Campo Grande ou Dourados. Mesmo assim, Marx se exaltou e chegou a dizer que “quem tinha feito medicina era ele e não ela”. Com tudo isso, João acabou falecendo por volta das 22h30.

Falso médico

Só em outubro de 2015 a identidade do falso médico foi descoberta, quando o profissional que atuava em Campo Grande procurou a polícia. Assim, ele denunciou que outra pessoa estaria se passando por ele, usando o nome e o registro no Conselho Regional de Medicina para prestar os serviços médicos em Paranhos.

Além disso, o verdadeiro médico chegou a responder à sindicância perante o Conselho pela morte do paciente, que Marx havia atendido. Assim, por entender que Marx assumiu o risco das ações, acabou denunciado por homicídio doloso, aquele em que há intenção.

Ainda após os fatos, João fugiu e só foi preso em 2020. Mesmo assim, também tentou um pedido de habeas corpus, que foi indeferido. Agora, ainda preso, ele será julgado.