Marcelo Vargas diz que assassino de policiais estava sem algemas por causa da Lei de Abuso de Autoridade

Chefe da Polícia Civil de MS, Marcelo Vargas, disse para policiais se cuidarem em primeiro lugar, e ‘depois verem Lei de Abuso de Autoridade’

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“Ato covarde”. Assim classificou o delegado-geral da Polícia Civil de MS, Marcelo Vargas, a morte dos dois policiais em serviço na tarde de terça-feira (9), em Campo Grande. Antônio Marcos Roque da Silva e Jorge Silva dos Santos, ambos da Derf (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos) foram assassinados por suspeito transportado sem algemas por causa da Lei de Abuso de Autoridade.

O delegado-geral falou ao Jornal Midiamax na manhã desta quarta-feira (10). “Toda vez que atentam contra um agente, é uma força do Estado representada”, afirmou. Vargas ainda classificou o crime como um ato covarde.

“Ninguém teve chance de reagir. Ficamos bastante consternados, mas é algo inerente à profissão”, avaliou.

Marcelo Vargas ainda lamentou que a situação tenha decorrido desta forma em vista à lei de abuso de autoridade.

“Infelizmente por causa da lei não houve o emprego de algemas, porque foi classificado como testemunha”, esclareceu o delegado. Segundo ele, Ozéias Silveira de Morais, de 44 anos, era filho de policial militar e trabalhava como vigilante.

Os policiais da Derf investigavam o furto de joias em uma residência. Ozéias prestava serviços de vigilante e foi apontado como testemunha, enquanto os policiais detiveram Willian Duarte Cormelato, já que contra ele havia um mandado de prisão em aberto. Por conta da lei de abuso de autoridade, por não ter sido preso, Ozéias não foi algemado e a princípio também não foi revistado.

‘Preservem suas vidas primeiro’, orienta Marcelo Vargas

Marcelo Vargas diz que assassino de policiais estava sem algemas por causa da Lei de Abuso de Autoridade
Foto: Dayene Paz/ Local onde ocorreu o crime

Com as mãos livres por impedimento da lei de que fosse algemado, Ozéias sacou a arma de fogo e atirou contra os policiais, que morreram na hora.

“Pedimos à classe política que reavalie essa lei. A circunstância tente a acontecer outra vez”, alertou Marcelos Vargas.

O delegado ainda foi claro ao dizer que “independente da lei, orientamos que os nossos policiais preservem suas vidas primeiro, depois nos entendemos com a lei”.

“Eram dois excelentes policiais. Jorge vivia a polícia 24 horas”, afirmou o delegado-geral. Ele ainda lembrou que Antônio Marcos na última semana havia pedido transferência para Coxim, para a cidade da família. Após o crime, segundo o delegado, todas as forças de segurança foram acionadas e atuaram nas buscas dos suspeitos. Ozéias morreu após reagir à abordagem policial em uma casa, no Jardim Santa Emília.