‘Fui tomado por uma ira’, diz marido que matou mulher na frente de bebê de 1 ano

No dia de enfrentamento contra a violência sobre a mulher, 25 de novembro, vai a julgamento Douglas Almeida Soares da Silva, de 25 anos, pelo assassinato de sua mulher, Joice dos Santos Sampaio Magalhães, de 28 anos morta a facadas no dia 21 de maio de 2018, no bairro Itamaracá, em Campo Grande. O corpo […]

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Disse que insistia no relacionamento por não aceitar o fim do casamento (Marcos Ermínio
Disse que insistia no relacionamento por não aceitar o fim do casamento (Marcos Ermínio

No dia de enfrentamento contra a violência sobre a mulher, 25 de novembro, vai a julgamento Douglas Almeida Soares da Silva, de 25 anos, pelo assassinato de sua mulher, Joice dos Santos Sampaio Magalhães, de 28 anos morta a facadas no dia 21 de maio de 2018, no bairro Itamaracá, em Campo Grande. O corpo de jurados é composto por quatro mulheres e três homens.

Durante seu depoimento, Douglas disse que foi tomado por uma ira ao matar com oito facadas a esposa após uma discussão entre o casal. “Me lembro de pouca coisa do dia, como as agressões e as facadas contra a Joice”, disse o vigilante, que afirmou que a discussão teria sido começada pela vítima. O assassinato teria acontecido na frente da filha do casal de 1 ano.

Ele contou que após Joice ir jogar o lixo para fora, ela teria voltado afirmando que Douglas a estava vigiando por causa de ciúmes, mas o réu alega que estava apenas cuidando da filha de 1 ano do casal, que havia ido atrás da mãe. O vigilante falou que Joice teria se trocado e saído da residência.

Quando voltou, a bebê já estava dormindo em outro quarto, e a mulher teria começado uma discussão com ele afirmando que iria prejudicá-lo e que Douglas merecia ser traído. Joice ainda teria falado que continuaria a se prostituir, sendo neste momento que o réu disse ter sido tomado por uma ira e agredido a vítima e depois a esfaqueado.

Douglas contou no julgamento que havia muitas brigas entre o casal por causa da divergência ideológica entre eles, mas como não aceitava a separação continuou insistindo no relacionamento, já que amava Joice. Ele ainda falou que a vítima já teria por três vezes tentado o suicídio.

Manchas de sangue foram encontradas por toda a casa, mas Douglas afirmou que o crime aconteceu em um único cômodo da residência. Uma bolsa na varanda com uma intimação para Joice comparecer ao Fórum, na semana seguinte, sobre um boletim de ocorrência registrado contra o vigilante estava suja de sangue. Documentos que estavam dentro da bolsa também tinham manchas de sangue, mas o réu disse não se lembrar deste detalhe.

O assassinato

Uma vizinha contou à polícia que por volta das 13 horas do dia 18 de maio, o homem bateu em sua porta e pediu para que ela salvasse a bebê. Em seguida, ele caiu desacordado. “Eu estava em casa assistindo televisão, ele bateu na minha porta todo ensanguentado e pediu para que eu pegasse a criança”, disse.

Na casa, a vizinha encontrou a filha do casal engatinhando próximo à porta de saída. No chão, policiais encontraram uma faca de aproximadamente 20 centímetros com marcas de sangue. A gaveta do armário da cozinha onde facas eram guardadas também estava aberta. A suspeita é de que, durante uma briga, marido e mulher tenham se agredido.

Vizinhos disseram que os jovens moravam no local desde o fim do ano passado e que nunca ouviram brigas entre eles.

Luta contra violência sobre a mulher

Dia 25 de Novembro, o Dia Internacional de Luta contra a Violência sobre a Mulher, instituído, em 1999, pela ONU (Organização das Nações Unidas). A data foi escolhida para homenagear as irmãs Mirabal (Pátria, Minerva e Maria Teresa), assassinadas pela ditadura de Leônidas Trujillo na República Dominicana.

Em 25 de Novembro de 1991 teve início a Campanha Mundial pelos Direitos Humanos das Mulheres, sob a coordenação do Centro de Liderança Global da Mulher, que propôs 16 dias de ativismo contra a violência sobre as mulheres. Os 16 dias começam no 25 de novembro e encerram-se no dia 10 de dezembro, aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamado em 1948.

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