Defesa cita caso Nardoni em júri de padrinho que matou suspeito de agredir criança
É julgado nesta quinta-feira (31) Patric Insfran Freire, de 39 anos, acusado de matar a tiros Hudson Franco em outubro de 2016. Hudson era padrasto da afilhada de Patric e suspeito de agredir a criança de 4 anos e, durante o depoimento, a defesa do réu chegou a citar o caso de Isabella Nardoni, assassinada […]
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É julgado nesta quinta-feira (31) Patric Insfran Freire, de 39 anos, acusado de matar a tiros Hudson Franco em outubro de 2016. Hudson era padrasto da afilhada de Patric e suspeito de agredir a criança de 4 anos e, durante o depoimento, a defesa do réu chegou a citar o caso de Isabella Nardoni, assassinada pela madrasta e o pai em 2008.
Três testemunhas seriam ouvidas no julgamento, mas por motivos pessoais não puderam comparecer. Em depoimento, Patric contou que foi escolhido pelo pai da menina de 4 anos para ser o padrinho porque os dois eram muito amigos e que, desde o nascimento da criança, ele estava presente.
Por motivos não informados a menina foi criada pela avó materna e pela mãe, sem relação com o pai biológico, mas Patric acompanhava o crescimento da menina. Ele contou que quando a mãe da menina começou a namorar Hudson, ninguém teve problemas com ele, mas que algum tempo depois a criança começou a aparecer com marcas.
O padrinho tinha contato com a menina algumas vezes por semana e contou que como ela já estava falando, dizia que era o padrasto que a agredia. A família chegou a procurar a polícia e o Conselho Tutelar e também houve suspeita de pedofilia por parte do padrasto. A criança foi levada a um posto de saúde, porém a mãe e o padrasto ficaram responsáveis de levar ela até o Conselho Tutelar.
Segundo Patric, há suspeita de que Hudson tenha coagido a criança a dizer que um priminho dela de 6 anos era quem estava a agredindo e abusando. No dia do crime, Patric conta que estava na casa de uma amiga da mãe da criança usando o computador e, quando foi procurar músicas, achou uma pasta com vários áudios.
Ele começou a ouvir os áudios, que eram ligações gravadas entre a amiga e a mãe da menina, e contou ao júri que a mulher relatava que Hudson estava agredindo a criança e que ela estava assustada. Patric contou ainda que Hudson era perigoso e costumava brigar na rua e já até teria agredido outras pessoas da família, por isso pegou uma arma que tinha e foi até a casa dele tirar satisfações.
Quando chegou na residência, chegou a ser empurrado e ameaçado por Hudson, que se virou e entrou em outro cômodo. Patric disse que nesse momento tirou a arma da cintura e quando Hudson voltou, ele atirou, por achar que o homem teria ido buscar uma arma de fogo. Patric não chegou a ser encontrado ou preso em flagrante e aguarda julgamento em liberdade.
A acusação é feita pela promotora Lívia Carla Guadanhim, que chegou a pontuar que as acusações feitas a Hudson sobre denúncias e boletins de ocorrência não chegaram a ir adiante e foram arquivados. Já a defesa, feita pelos advogados Ricardo Wagner Pedrosa Machado Filho e William Wagner Maksoud Machado chegou a citar Isabella Nardoni durante os questionamentos ao réu.
Isabella foi morta em 2008 pela madrasta e o pai, jogada da janela de um prédio da altura de seis andares. Só mais de um mês depois foi constatado que o casal tinha assassinado a criança, sendo feito o pedido de prisão preventiva pelo Ministério Público.
O júri deve decidir se Patric responderá pelo crime de homicídio simples qualificado por motivo torpe e ainda pelo porte ilegal de arma de fogo, já que tinha a arma há anos sem registro. O revólver não chegou a ser encontrado pela polícia e Patric contou que jogou a arma em um matagal após sair da casa de Hudson.
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