Reforço policial, camisetas de apoio e fila para entrar no plenário do Fórum de Campo Grande marcam esta quinta-feira (11), quando vai a julgamento o policial rodoviário federal, Ricardo Hyun Soo Moon, pelo assassinato do empresário Adriano Correa, morto a tiros no dia 31 de dezembro de 2016.

Cerca de 70 policiais, entre eles, vários policiais rodoviários federais chegaram por volta das 6 horas da manhã desta quinta (11) para conseguirem entrar no fórum, que tem lotação máxima. Uma fila se formou em frente ao prédio. Reforço policial foi chamado para o local.

O presidente do Sinprf/MS (Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais de Mato Grosso do Sul), Ademilson de Souza Benites, disse que o que aconteceu não foi uma briga de trânsito, e sim um procedimento policial. “Com todo respeito à família, a ação foi policial no estrito cumprimento do dever”, falou.

Nas camisetas usadas pelos policiais está escrito, “Estamos com você Moon. Justiça seja feita”. O policial é julgado depois de 2 anos e 4 meses da morte de Adriano Correa. A mãe do empresário bem abalada só disse que espera por Justiça, “Este júri representa muita dor e saudades do Adriano. Tinha de prendê-lo e não mata-lo”.

Moon foi acusado de homicídio qualificado, por motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima, e duas tentativas de homicídio com as mesmas qualificadoras.

A defesa do réu solicitou a absolvição sumária do acusado, alegando legítima defesa. O juiz rejeitou o pedido da defesa para que o processo tramitasse na justiça federal, sob o argumento de que, no momento dos fatos, o acusado teria agido na condição de policial rodoviário federal.

Relembre o caso

No dia 31 de dezembro de 2016, por volta das 5h40 da manhã, na Avenida Ernesto Geisel, esquina com a Rua 26 de Agosto, o policial atirou no empresário e tentou matar outras duas pessoas.

Ricardo Moon se deslocava para o trabalho em Corumbá, conduzindo o veículo Pajero TR4, enquanto a vítima dirigia a camionete Toyota Hilux, acompanhada das vítimas, no banco traseiro, e também no banco ao lado do motorista.

Conforme a , ao fazer conversão à direita, Adriano não percebeu a proximidade com o veículo do acusado e quase provocou um . Ato contínuo, o acusado abordou as vítimas, descendo do veículo, identificando-se como policial e chamou reforço.

As vítimas chegaram a descer do carro e solicitaram que o acusado mostrasse sua identificação visto que, pela vestimenta que trajava, não era possível saber se era mesmo policial rodoviário federal. Diante da recusa do acusado, eles retornaram ao carro e Adriano ligou a camionete iniciando manobra para desviar do veículo do réu, que estava impedindo sua passagem.

Quando iniciou o deslocamento, o policial efetuou disparos na direção do carro, que se chocou com um poste de iluminação. Após o choque, uma das vítimas saltou do carro e viu que fraturou alguns membros, enquanto a outra vítima foi atingida por disparos. O motorista foi atingido e faleceu no local.

O réu foi pronunciado em agosto de 2017. Houve interposição de recurso ao TJMS que, por maioria de votos, negou provimento, mantendo a decisão de pronúncia. A defesa do acusado ingressou então com recurso especial. Como a jurisprudência não impede a realização do júri, após decisão em 2ª instância confirmar a pronúncia, decidiu então o juiz que o processo deve retomar o seu curso regular, com a designação da sessão do tribunal do júri.