Após episódio com passageiras de ônibus, guardas treinam uso de armas não letais
Após o polêmico caso da ação da Guarda Municipal durante um protesto no Terminal Morenão, em Campo Grande, Guardas Civis Metropolitanos da Capital recebem uma capacitação para o uso adequado de armas não letais, como as de etilômetro e antimotim. A capacitação começou nesta quinta-feira (28) e será realizada durante três dias, atendendo 102 guardas […]
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Após o polêmico caso da ação da Guarda Municipal durante um protesto no Terminal Morenão, em Campo Grande, Guardas Civis Metropolitanos da Capital recebem uma capacitação para o uso adequado de armas não letais, como as de etilômetro e antimotim. A capacitação começou nesta quinta-feira (28) e será realizada durante três dias, atendendo 102 guardas da Capital.
A capacitação é feita por dois Guardas Civis Metropolitanos de Dourados, cidade que fica a 225 quilômetros de Campo Grande, também dois policiais federais. “É uma doutrina de formação de segurança pública, que nivela a força e níveis de intensidade do uso dessas armas”, explicou o subinspetor da Guarda em Dourados, Porfírio Arguelho Ribeiro.
Conforme o subinspetor, o treinamento vai desde a verbalização até o uso, caso necessário, da arma letal. “Vai desde a verbalização, técnicas de imobilização, uso de armas químicas, como gás lacrimogênio, gás de pimenta, também munições de impacto controlado, como elastômetro e antimotim”, ressaltou.
Na tarde desta quinta, foi realizada, em uma praça do bairro Carandá Bosque, espécie de motim, na qual o grupo atuou com bombas de dispersão. Também foram usadas balas de etilômetro, gás lacrimogênio e armas de choque. O uso de equipamentos como tonfas e bastões também faz parte do treinamento.
De acordo com o subcomandante da Guarda Civil Metropolitana de Campo Grande, Valmir da Silva, a capacitação visa evitar ocorrência de erros durante as ocorrências. “Essa capacitação visa justamente que os erros não ocorram, ou minimizar os danos causados”, explica.
Conforme Valmir, há um processo seletivo e a partir dessa seleção, a capacitação para que esse guardas sejam habilitados para usar o equipamento. O subcomandante revela que parte desses guardas atuarão na nova rua 14 de Julho e também nas Upas (Unidades de Pronto Atendimento Comunitário) da Capital.
Polêmica
A capacitação acontece após dois casos polêmicos de ação da Guarda Civil Metropolitana, em Dourados e Campo Grande.
No dia 11 de outubro deste ano, Elcindo Alexandre Neto, 35 anos, morreu após ser atingido por bala de plástico, o etilômetro, disparada por uma equipe da Guarda. Ele era suspeito de atear fogo em um terreno e foi baleado ao fugir da equipe.
“Ele reagiu munido de uma tesoura, avançou, quando a guarnição utilizou vários níveis de força, de impacto controlado, que não resultaram efeito. Mesmo assim ele partiu para cima da guarnição e foi dado mais um disparo que infelizmente acabou atingindo de forma letal, embora a munição não tenha esse efeito”, explicou Porfílio. “Tomamos todas as medias legais cabíveis naquela ocasião”, acrescentou o subinspetor.
Já no último dia 15 de novembro, uma ação da Guarda durante um protesto no Terminal Morenão assustou os usuários do transporte. A equipe utilizou spray de pimenta em um protesto formado, em sua maior parte, por mulheres. A corregedoria da Sesdes (Secretaria Especial de Segurança e Defesa Social) abriu procedimento administrativo contra a equipe de guardas, que foram tirados das ruas até a apuração dos fatos.
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