Famílias ocuparam áreas na madrugada de domingo (4)

Nos municípios de e Japorã, duas áreas foram ocupadas no último fim de semana por famílias ligadas à movimento sem-terra. Conforme uma publicação da UNC (União Nacional Camponesa), há presença de guarda armada de empresas privadas para proteger a propriedade dos fazendeiros enquanto a PM (Polícia Militar) faz rondas curtas no local. A assessoria de imprensa da PM aformar estar monitorando as áreas.

Conforme o coordenador do movimento em Mato Grosso do Sul, Rudionei Merlin Continho, em Mundo Novo, 560 pessoas estão ocupando uma propriedade sem uso no município desde a madrugada de domingo (4). No mesmo dia, foi visto uma viatura da PM circulando pelo local, mas sem permanecer. “A PM vem, fica de longe e vai embora. A guarda armada e os jagunços ficam”, disse. Segundo Continho, a situação é semelhante em Japorã, onde 220 pessoas estão em outra área rural.

A UNC chegou a publicar uma mensagem no facebook onde dizia que havia guarda armada nos arredores dos locais ocupados. “A polícia militar do Mato Grosso do Sul de conluio com guarda armada de empresas privadas e jagunços brasileiros e paraguaios estão se movimentando para atacar as 780 famílias da UNC e MAF, com mulheres e crianças, que ocupam agora as áreas do Mundo Novo e Japorã!”, diz a mensagem.

Em outro trecho da mensagem, o grupo explica o motivo de ter ocupado as áreas nestes municípios. “Essas áreas ocupadas pertencem à UNIÃO e estavam abandonadas e embargadas por conta de ATIVIDADES ILEGAIS, tais como TRÁFICO DE DROGAS, TRABALHO ANÁLOGO AO ESCRAVO e DESVIO DE DINHEIRO! Essas terras foram ocupadas para forçar um DIÁLOGO com o poder estatal. Não queremos conflito, mas também não aceitaremos isso de cabeça baixa!”, informa.

A assessoria de imprensa da PM confirmou a ocupação nas duas cidades no último domingo, informando que não foram vistos qualquer tipo de arma de fogo nas áreas, tanto pelos ocupantes quando pelos proprietários.

Em relação ao município de Mundo Novo, a PM informou que uma equipe esteve no local para verificar a situação e tentar diálogo com as partes, sendo o proprietário da terra orientado a requerer a reintegração de posse na Justiça. No local, pela estimativa, há 120 famílias.PM monitora áreas ocupadas no interior e sem-terra denunciam guarda armada

Sobre Japorã, cerca de 80 famílias estão ocupando uma área de fazenda. Conforme a corporação, o Ouvidor Agrário Regional do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) entrou em contato com a PM da cidade, informando que está conversando com os ocupantes para tentar uma negociação, sem ter necessidade de apoio policial até o momento. 

“Nas duas situações já foi feito o levantamento detalhado dos locais, e, aguardamos o desenrolar de eventual pedido de apoio por parte do poder judiciário após decisão sobre a lide, quando daremos cumprimento ao que for legalmente determinado”, informa a PM.