Acusado de atirar em menino de 11 anos diz que não viu a vítima e alega arrependimento
Foi a julgamento na manhã desta quinta-feira (23), Jefferson Osmar Teixeira Ramão, 30 anos, acusado de acertar um tiro na cabeça de Matheus Gabriel Garcia, na época com 11 anos, durante uma troca de tiros com Anderson Patrício de Oliveira. O crime ocorreu no dia 22 de dezembro de 2013 no bairro Dom Antônio Barbosa, […]
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Foi a julgamento na manhã desta quinta-feira (23), Jefferson Osmar Teixeira Ramão, 30 anos, acusado de acertar um tiro na cabeça de Matheus Gabriel Garcia, na época com 11 anos, durante uma troca de tiros com Anderson Patrício de Oliveira.
O crime ocorreu no dia 22 de dezembro de 2013 no bairro Dom Antônio Barbosa, em Campo Grande. Durante depoimento, ele disse não ter visto o menino no portão e alega estar arrependido.
O réu é casado há 13 anos com a ex-companheira de Anderson, com quem teve uma filha. A briga entre os dois começou quando Anderson saiu da cadeia e queria ver a filha, conforme informou o réu durante seu depoimento. “Ele queria levar a menina a força, ia em casa armado e ameaçava a gente”, diz.
Ele disse também que depois disso ambos discutiram e Anderson ameaçou o réu de morte. Questionado se havia registrado boletim de ocorrência, o mesmo disse que nunca procurou a delegacia pois tinha medo de Anderson.
Jefferson, que já tem passagem por porte ilegal de arma de fogo, afirmou que comprou a arma usada no dia do crime após prestar serviços de pintura para um amigo que pagou parte em dinheiro e como não tinha o restante acabou dando a arma calibre 38 como parte do pagamento.
Sobre o dia do crime, ele contou que, por volta das 21h, havia acabado de sair de um bar e vinha caminhando quando, na rua Elídio Pinheiro, encontrou com Anderson e ambos começaram a atirar. Três testemunhas que fazem parte do processo desmentem essa versão, alegando que ele chegou em um carro com mais um comparsa. Como não havia indícios suficientes de que essa pessoa que estava no veículo tinha participação no crime, ele foi impronunciado do processo.
Outra versão dada pelo réu é de que houve uma troca de tiros, porém as mesmas testemunhas do processo disseram que apenas Jefferson atirou e acabou atingindo Matheus que estava encostado no portão de sua casa. ”Eu não vi o menino, eu estava correndo e disparando”. Jefferson alega que Anderson faz parte de facção criminosa e é um homem perigoso. Disse que sempre foi ameaçado de morte por ele, mas que nunca registou boletim de ocorrência. “Do presídio ele me mandou mensagem com ameaçadas”, diz.
Jefferson disse ao júri, formado apenas por mulheres, que chegou a encontrar o pai de Matheus no presídio, e que ele é membro de facção criminosa. Ele contou que quando chegou no presídio passou por tribunal do crime e só não morreu porque o pai do menino acreditou em sua versão dos fatos. “Sinto muito pelo o que aconteceu, jamais queria que chegasse a esse ponto. Cheguei a procurar a família (da vítima), mas eles não moravam mais lá”.
De acordo com o defensor público que acompanha o caso, Rodrigo Antonio Stochiero Silva, a demora no julgamento desse caso se deu em razão de vários recursos ao longo do processo, tanto do Ministério Público quanto da defesa do réu na época, que era defendido por um advogado particular, que acabou deixando o caso. Jefferson responde por homicídio doloso qualificado por motivo torpe, perigo comum que dificultou a defesa da vítima.
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