STJ nega transferir de cidade julgamento de topógrafo que matou mulher e sogra
Depois, o réu tentou matar outras duas pessoas
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Depois, o réu tentou matar outras duas pessoas
O STJ (Superior Tribunal de Justiça) negou a petição da Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul, que pediu para mudar de cidade o julgamento do topógrafo Cláudio José do Nascimento, de 36 anos, que, em janeiro de 2014 matou a facadas a mulher e a sogra, à época com 18 e 39 anos de idade, em casa situada na área central da cidade de Caarapó.
Nascimento, encarcerado desde as mortes, confessou os crimes logo depois e disse que “perdeu a cabeça” ao saber que a mulher dele não o queria mais porque estaria gostando “de outra pessoa”, com a qual ela mantinha diálogos pelo WhatsApp.
Além das duas vítimas, segundo o inquérito policial, o topógrafo atacou mais duas pessoas da família: o sogro e a tia da mulher dele.
A defensoria, que pediu o desaforamento, linguagem judicial praticada em razão de dúvida sobre a imparcialidade do júri, sustenta no recurso que alguns jurados já estariam tratando o réu, em conversas, como um condenado. Ainda segundo a defensoria, a cidade, de 27 mil habitantes, “não seria ideal para o júri popular”.
Em novembro do ano passado, o Tribunal de Justiça de MS já havia negado o pedido da Defensoria, que apelou ao STJ.
Em nota publicada no site da corte, o ministro do STJ, Humberto Martins, afirma que não há ilegalidade na decisão do tribunal sul-mato-grossense. Ele afirma, ainda, que a concessão do pedido em liminar seria possível somente em caso de “patente ilegalidade”. A data do julgamento ainda não foi marcada.
O CRIME
Narra o inquérito policial acerca dos crimes que o topógrafo Cláudio Nascimento morava com a mulher, a estudante Daiane dos Santos, em Naviraí, distante cerca de 90 km de Caarapó.
A estudante, já aos 18 anos tinha um filho de cinco anos de idade, de outra união, e um bebê de cinco meses, fruto do casamento com o topógrafo.
A família, de carro conduzido pelo topógrafo, foi para Caarapó, na manhã do dia 15 de janeiro de 2014, onde a mulher tinha uma consulta médica agendada.
Ela e os filhos ficaram hospedados na casa da mãe, Ana Cláudia dos Santos. À tarde o marido retornou, mas a mulher não quis ir com ele.
Ainda segundo o inquérito, o topógrafo e o garoto de cinco anos, enteado dele, saíram para dar uma volta de carro. Mais tarde eles voltaram e o menino correu para a sala onde a avó, Ana Cláudia, conversava com outra filha de 14 anos e o marido, Natalício Farias, de 38 anos.
O garotinho de cinco anos disse à avó que ouviu do padrasto que se a mãe dele não fosse para Naviraí ia morrer. Isso teria sido dito pelo topógrafo, enquanto os dois passeavam de carro.
O diálogo do menino não foi levado a sério. O topógrafo e a mulher conversavam na varanda da casa – ela segurava o filho no colo.
No depoimento, o topógrafo disse que a mulher não voltaria para casa e não queria mais viver casada porque estaria gostando de outra pessoa. O marido afirmou também que já desconfiava porque a mulher sempre conversava com alguém pelo WatsApp e, quando questionada com quem falava ela apagava as mensagens.
Ao perceber que a mulher estava firme no propósito da separação, Cláudio Nascimento, o topógrafo, declarou à polícia ter ido até o carro, onde pegou uma faca e voltou para a varanda, onde a mulher continuava sentada com o filho no colo.
Ao perceber que o marido segurava uma faca, a mulher correu para dentro da casa gritando por socorro. Ela levou facadas nas costas, caiu com o bebê no sofá e ainda foi atingida outras vezes. A mãe da estudante, Ana Cláudia, que estava na sala, correu para socorrer a filha, mas também foi esfaqueada. As duas morreram assim que levadas para o hospital.
PERSEGUIÇÃO
Natalício Farias, marido de Ana, padrasto de Daiane, também foi para a sala e, por sorte, não foi ferido. O topógrafo aplicou-lhe um golpe de faca, mas errou. Natalício disse ter fechado a porta, deixando o topógrafo para fora. Dentro da casa ficaram as mulheres feridas, Natalício, outra filha de 14 anos e as duas crianças, a de cinco anos e a de cinco meses.
Depois disso, o topógrafo encontrou a irmã da sogra dele, que saiu correndo rumo a uma conveniência. O homem saiu atrás, mas desistiu ao ver o movimento de pessoas no comércio.
O topógrafo disse ter ido à casa de um amigo, confessou ter esfaqueado a mulher e a sogra e saiu. Ele contou que, antes dos crimes, bebeu uma dose de vodka e fumou um cigarro de maconha. Ao delegado que cuidou o caso, o topógrafo disse que “amava muito a mulher e perdeu a cabeça” ao notar que a separação era inevitável.
O crime ocorreu por volta das 20 horas e o assassino confesso foi detido cerca de cinco horas depois.
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