‘Meu mundo desabou’, diz irmã de jovem encontrada morta em casa
A jovem foi a primeira a encontrar a vítima
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A jovem foi a primeira a encontrar a vítima
“Meu mundo desabou ali”, foi assim que Viviane Fontoura Holsback, de 20 anos, descreveu o exato momento em que viu a irmã e melhor amiga, morta na noite de sexta-feira (15). Foi a jovem que chamou a polícia depois de recebeu uma mensagem avisando que algo poderia ter acontecido com a ex-jogadora de handebol, Mayara Fontoura Holsback.
O corpo de Mayara foi encontrado por volta das 19 horas do dia 15 de setembro. Minutos antes Viviane recebeu uma ligação. Do outro lado da linha um amigo contou que recebeu uma mensagem do principal suspeito do feminicídio: “Me vinguei, eu matei ela”.
Desesperada, a jovem foi com um dos irmãos até a casa de Mayara. Sem resposta, eles chamaram a polícia, que arrombou o portão e a porta da residência. A jovem foi encontrada deitada na cama, enrolada apenas a um edredom, já sem vida. “Ao ver o corpo da minha irmã naquela cama, toda machucada, meu mundo desabou. Eu nunca pensei que ele faria isso com ela”.
Vestígios de sangue foram encontrados pela polícia no quarto e o banheiro da casa e a arma do crime, uma tesoura, foi deixada pelo autor ao lado do corpo. “Eu e ela éramos muito unidas. Unha e carne. Eu era a melhor amiga dela”, lamentou Viviane.
Poucas horas depois de encontrar a irmã morta, Viviane acabou presa em um esquema de receptação de produtos roubados de um caminhão da Semalo. Denúncias de que a jovem estava oferecendo salgadinhos da empresa a conveniências da região a um preço muito abaixo do mercado, levaram policiais militares até ela.
Os produtos supostamente vendidos na região haviam sido roubados de um caminhão da Semalo no dia 12 de agosto. Tudo era guardado em uma residência da Rua Ranulfo Corrêa, na Vila Nhanha, que tinha contrato de aluguel no nome de Viviane. Além dela, dois homens foram presos por participação no crime: Valderi Cárceres, de 34 anos e Rodrigo Henrique da Silva Santos, de 22 anos.
A jovem ficou presa até segunda-feira (17), quando ganhou a liberdade na audiência de custódia. “Realmente a casa que tinha coisas roubada estava no meu nome. Mas eu não tenho envolvimento com nada, tanto que estou na rua”, explicou a jovem, a única a ser liberada pela justiça. Os outros dois suspeitos tiveram a prisão preventiva decretada em virtude as várias passagens pela polícia.
Para a polícia ela contou que alugou a casa a pedido do cunhado, suspeito de matar sua irmã. “Nunca pensei. Ninguém pensava. Na quinta-feira ele apareceu aqui normal, tratou todos bem. Nunca ninguém imagino que era a última vez que nós íamos ver ela”, lamentou.
Mayara vivia com o autor do crime desde 2015. Com mais de dez passagens envolvendo apenas casos de violência doméstica, o suspeito acabou preso em abril deste ano em cumprimento a dois mandados de prisão, uma tentativa de homicídio e uma lesão corporal, ambos os crimes contra a ex-mulher.
O homem foi condenado pela lesão corporal a três meses de reclusão, em regime aberto e a três anos e sete meses pela tentativa de homicídio. Foi preso e fugiu do sistema prisional de Campo Grande pelo menos três vezes. Ainda assim, recebeu a liberdade provisória do dia 14 de setembro, véspera do assassinato de Mayara, por ter cumprido parte das penas e não ter “registro de falta grave em 2016”. “Ele vai pagar caro por ter feito isso com minha irmã”.
A morte da jovem é investigada pela Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) que ainda não se pronunciou sobre o caso. Policiais da especializada e investigadores do GOI (Grupo de Operações e Investigações) seguem as buscas pelo autor.
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