Índio morre na cadeia de Caarapó após ser colocado em solitária

Preso por violência doméstica, era paciente psiquiátrico

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Preso por violência doméstica, era paciente psiquiátrico

Pedro Paim, 31, indígena de Caarapó – 273 km de Campo Grande -, faleceu na madrugada de segunda-feira (16), em uma cela da delegacia da Polícia Civil da cidade. Pedro estava preso desde sexta-feira (13), em cumprimento a uma sentença da 1ª Vara de Caarapó, por violência doméstica. O indígena, segundo as informações da Polícia Civil, sofria de transtornos mentais e, após um suposto episódio de surto, foi levado a uma ‘solitária’ na delegacia, onde faleceu durante a madrugada.

“Aproximadamente às 01h, este plantonista foi chamado na carceragem, onde foi informado pelo correria Edmar que o reeducando Pedro Paim estava tendo um surto na cela, que o mesmo havia atacado outro reeducando enquanto este dormia com um pedaço de madeira, sendo contido pelos demais reeducandos da cela, que como medida de segurança o mesmo foi retirado da cela 5 e colocado no solario, que este plantonista ficou sabendo pelos demais reeducandos e pelo proprio Pedro, que o mesmo possui problemas psiquiatricos, como desmaios e convulsoes, que na manha deste dia 16/01/2017, por volta das 07:00h ao ver a camera de segurança, foi visto que Pedro esta no fundo do solario deitado, este plantonista juntamente com o Investigador Carlos William se dirigiram ate o local, onde foi constatado que o mesmo nao estava se mexendo, e sem sinais vitais”, afirma o boletim de ocorrência.

No dia anterior, 15, Pedro teria sido levado até o Hospital São Mateus, em Caarapó, para ser medicado. “Este plantonista informa que durante a tarde do dia 15/01/2017 foi acionado a PM para levar Pedro ao Hospital, pois ja estava com sinais de crise, que o mesmo foi medicado e voltou para esta Delegacia, conforme oficio 012/2017/PLANTAO”, declara o registro policial.

O inquérito policial sobre violência doméstica é da cidade de Juti, 311 km de Campo Grande. “Ele foi preso por um mandato de Juti, quem deu o cumprimento foram os policiais de Caarapó, na sexta-feira (13). No domingo estava aqui na delegacia, na cadeia pública, teve um surto psicótico, já havia sido encaminhado para o hospital, e no domingo novamente passou mal, tentou agredir os outros presos, foi contido, separado dos demais presos e após esse momento, estava bem”, explicou o delegado, Ricardo Meirelles Bernardinelli.

O caso ainda é investigado, mas o delegado acredita que ele teria sofrido um ataque cardíaco, em decorrência da medicação.

“Ele tomava uma série de medicamentos e eles acabam comprometendo a parte respiratória. Vários presos apresentam problemas de saúde e são prontamente medicados. No sábado ele foi encaminhado pro hospital e o médico entendeu que não caberia internação. Acredito que possa ser um mal súbito, ele não apresentava lesões”, explicou.

O corpo do indígena está no IML (Instituo Médico Legal) de Dourados, 225 km de Campo Grande, onde é analisado por um médico legista.

Sobre o tratamento dado aos presos que apresentam problemas de saúde, o delegado afirmou que “todos os presos recebem tratamento médico, e que há uma sala específica hospitalar em que o médico vem fazer o atendimento in loco, e nos casos urgentes encaminha para o tratamento”.

 

Conteúdos relacionados