​Para fugir de júri, defesa diz que queda no Inferninho matou manicure e não tiros

MPE se manifestou a favor do júri, mas decisão será tomada pelo juiz

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MPE se manifestou a favor do júri, mas decisão será tomada pelo juiz

Como estratégia para que a cliente não vá a júri popular, a advogada de defesa de Gabriela Antunes Santos alega que a morte da manicure Jeniffer Nayara Guilhermete de Moraes, de 22 anos, no dia 16 janeiro deste ano, teria sido causada pela queda no Inferninho e não pelos disparos que a atingiu. Segundo a advogada Estella Bauermeister, o laudo constata que a morte de Jeniffer foi ocasionada por uma fratura na coluna cervical.

Na fase de alegações finais do processo, a advogada apresentou no início deste mês de julho um documento onde defende a inocência de Gabriela e destaca que segundo comprovado por laudo o que causou a morte de Jeniffer teria sido a queda no Inferninho e não os dois tiros que atingiram o maxilar e o abdômen da manicure.

Ao ser indagado sobre a causa da morte o médico-legista teria dito que esta teria sido ocasionada pela fratura da coluna cervical por ação contundente. Ela frisa então que de acordo com o processo o projetil de arma de fogo atingiu a região maxilar e não a coluna da vítima. Concluiu-se então, segundo Estella, que a fratura da coluna cervical teria sido ocasionada pela queda no precipício já que, ainda de acordo com o laudo, a vítima foi encontrada entre as pedras existentes na queda d’água.

Durante a segunda audiência sobre ocaso no dia 6 de junho deste ano, Gabriela assumiu que atirou na manicure, mas disse que não tinha a intenção de matá-la e negou ter arremessado-a no precipício. Porém, mesmo com a confissão de Gabriela a advogada alega que as provas constituídas durante o inquérito policial e a ação penal não tem completo fundamento.

Uma comprovação disso segundo ela, seria a amizade de infância entre acusada e vítima e o fato de que nunca tiveram qualquer tipo de discórdia. A advogada alega ainda que não houve premeditação do crime e que o objetivo de Gabriela era apenas assustar a manicure que teria se envolvido amorosamente com seu marido.

Ainda segundo a advogada, o MPE (Ministério Público Estadual) é favorável ao julgamento de Gabriela pelo Tribunal do Júri da Capital pelos crimes de homicídio doloso qualificado, corrupção de menores e posse de munições, mas quem vai decidir se ela irá ou não a júri popular será o juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri, Aluízio Pereira dos Santos. De acordo com a assessoria do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) o juiz está de férias e deve retornar no início do mês de agosto.

Audiência

Durante a segunda audiência sobre o assassinato da manicure realizada no início do mês de junho, Gabriela Antunes Santos e a amiga Emilly Karolainy Leite, apontada como coautora, adotaram a estratégia de procurar desqualificar a reputação da vítima, alegando que ela ‘procurou’ a própria morte ao se envolver com um homem casado.

Em depoimento as duas indiciadas pelo crime alegaram que a intenção era raspar a cabeça da jovem: “É o que o povo faz com talarico, raspa a cabeça”. Talarico é a gíria dada a quem ‘cobiça’ pessoa que se relaciona com outro, normalmente usado para homens. Desde os depoimentos, as indiciadas têm insistido na tese de que a vítima ‘provocou’ o crime ao se envolver com um homem comprometido.

Gabriela contou ainda que no Natal de 2013 chamou Jeniffer, que era sua amiga de infância, para passar as festividades do fim do ano com ela. Em determinada hora, a mãe da jovem flagrou o marido, padrasto de suspeita, ‘ficando’ com a vítima no banheiro da casa. Depois do episodio, a família parou de apoiar a amizade das duas.

A autora ainda afirmou que depois do crime descobriu que o relacionamento entre seu marido e Jennyfer acontecia há bastante tempo. Na hora da ‘vingança’, porém, ela teve a ajuda dele para cometer o crime contra a ex-amiga. Foi o marido quem tirou a jovem da cidade e a levou para uma chácara.  

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