Guarda preso com arma afirma que se ‘protegia da insegurança’

Arma adquirida em 2013 era usada diariamente 

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Arma adquirida em 2013 era usada diariamente 

Preso na semana passada por policiais militares, por estar portando irregularmente uma arma de fogo, o Guarda Civil Municipal Gilmar Vicente de Lima conversou na tarde desta terça-feira (16) com a equipe do Jornal Midiamax. A alegação dele é que o medo e a insegurança fora do horário de serviço são os principais motivos. 

Há cinco anos trabalhando na Gurda Municipal, Gilmar conta que adquiriu a arma em 2013 em uma loja especializada no Centro da Capital. Na época, assegura, cumpriu todos os trâmites necessários para ter o armamento. “Eu fiz o curso de tiros, a prova teórica e passei por avaliação psicológica. Fiz tudo que precisava fazer”, explica.

Todo o processo, segundo Gilmar, demora de 30 a 40 dias para ser concluído na Polícia Federal. “Ele pesquisam tudo sobre sua vida para ver se não tem antecedentes criminais e só depois de tudo checado é que eles liberam a venda da arma”, acrescenta.

Além disso, o guarda diz que trabalhou por alguns anos em uma empresa de transporte de valores, onde era autorizado a usar arma e sempre que pode procura se especializar realizando cursos profissionalizantes. “Eu tenho mais de 1500 horas de cursos que fiz à distância e ainda vários outros presenciais dentro da segurança pública”, argumenta.

Gilmar diz que depois de adquirir a arma passou a usá-la diariamente por temer pela integridade física. Ele afirma já ter recebido várias ameaças. “A gente lida todo dia com bandidos no trabalho, mas também tenho minha vida fora da guarda, e como fica minha segurança? Hoje mesmo tô de folga e a qualquer momento posso encontrar alguém que abordei em serviço”, ressalta.

A abordagem

O guarda relatou  como tudo aconteceu na noite de quinta-feira (11), desde a abordagem durante a blitz no bairro Amambaí, região central de Campo Grande até a detenção. Para Gilmar, a atitude dos policiais foi desrespeitosa e antiética já que não teve tempo de se explicar. “Eles não deixaram eu explicar para o tenente o motivo de eu estar armado e ainda ficaram ‘acelerando’ para me levarem logo para delegacia”, diz.

Já na delegacia, outro fato chamou a atenção de forma negativa de Gilmar. “Eles tiraram foto da minha arma. Eu ainda perguntei para o tenente se isso fazia parte do procedimento e ele me disse pra ficar tranquilo que a foto não ia sair dali. Poucos minutos depois a foto da minha arma tava rodando no WhatsApp. E se algum bandido ‘bate pino’ com o número da minha arma?”, questiona.

Gilmar prestou depoimento e depois de aproximadamente uma hora foi liberado depois de pagar fiança no valor de um salário mínimo. A pistola, segundo ele, foi apreendida e só será liberada no fim do processo.

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