Desenho de prima do menino torturado revela cenário de rituais de magia negra

Menina desenhou o local onde aconteciam os rituais

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Menina desenhou o local onde aconteciam os rituais

Um desenho feito por uma das filhas do casal que adotou e torturou o menino de quatro anos, em Campo Grande, é uma das principais provas que a DEPCA (Delegacia Especializada em Proteção da Criança e Adolescente) tem de que as agressões aconteciam durante rituais de magia negra. Durante diálogo com um psicólogo, a menina desenhou como era o altar dos rituais.

O delegado responsável pelo caso, Paulo Sérgio Lauretto, encaminhou ao MPE (Ministério Público Estadual), nesta sexta-feira (4), o inquérito civil sobre o caso. O documento tem 700 páginas e é distribuído em dois volumes.

Conforme o delegado, em depoimento, o pai adotivo do menino, 46 anos, que na verdade é seu tio avô, disse que ele e a mulher adotaram a criança “unicamente para usá-la nos rituais em forma de tortura. Ele e o primo do menino, que também confessou a participação na tortura, estão detidos no Instituto Penal de Campo Grande, mas separados da massa carcerária por questões de segurança.

A mãe adotiva, ou seja, tia avó do menino, está presa em uma delegacia de Polícia Civil de Corumbá, a 419 quilômetros da Capital. Todos confessaram que a avó adotiva do menino era a mentora do crime. Ela prestou depoimento, negou participação, mas também está presa em uma delegacia da Capital.

Invisível

O delegado explicou que o casal conseguia esconder o menino para que as pessoas não vissem os machucados. Moradores do local prestaram depoimento e disseram que todas as vezes que viam o menino, ele estava com camisa de manga cumprida, calças e usava boné ou gorro.

Uma das vizinhas, que sabia da adoção da criança, chegou a duvidar que existisse um menino morando na casa. “Ela disse que só via as meninas, ou seja, eles escondiam o menino. Na verdade ele deixou de ser invisível depois que os ferimentos já eram graves, quando as assistentes fizeram a visita surpresa à família e confirmaram a tortura”, finalizou. 

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