Com medo de ‘lista de execução do PCC’, servidores penitenciários param em MS

Servidores paralisaram atividades

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Servidores paralisaram atividades

Ameaças constantes, falta de efetivo, falta de equipamentos e insegurança são apontadas pelos agentes penitenciários de Mato Grosso do Sul como características do trabalho dos servidores. Após atentado contra um agente em Naviraí e a descoberta de uma ‘lista de execução’ que ameaça duas servidoras do Estado, os agentes decidiram pela paralisação das atividades nesta segunda-feira (5).

O diretor do Sinsap/MS (Sindicato dos Servidores da Administração de MS), André Luiz Garcia Santiago, falou ao Jornal Midiamax que a ideia inicial é uma paralisação de apenas 24 horas, para chamar a atenção das autoridades. “Não vamos parar todos os serviços. Serão mantidos a alimentação, saúde e o banho de sol dos presos”, afirmou. Os agentes farão restrição ao atendimento de advogados e também atendimento psiquiátrico.

Conforme Santiago, hoje o Presídio de Segurança Máxima, onde agentes se reuniram em um ato para iniciar a paralisação, abriga 2.308 presos. Apesar da quantidade de detentos, apenas 9 plantonistas atuam no presídio diariamente, sendo que o ideal seria 1 agente para cada 5 presos, ou seja, mais de 450 agentes penitenciários.

“Falta vontade política. A categoria cobra uma ação definitiva do poder público, com melhorias nas condições de trabalho”, disse o presidente do sindicato. Santiago ainda lembra que o recente atentado contra um agente em Naviraí, ameaças diárias, fugas de presos e também a morte de detentos provocadas por outros internos resultaram na paralisação dos agentes, para reivindicarem atenção das autoridades.

‘Lista de execução’

Para piorar a situação dos agentes penitenciários, na última semana autoridades policiais informaram que duas servidoras foram citadas por integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital). O nome das agentes, uma de Campo Grande e outra de Dourados, foi escutado durante uma interceptação telefônica.

As agentes penitenciárias estariam em uma ‘lista de execução’ e a ordem teria partido do Presídio de Presidente Venceslau, de um detento conhecido como ‘Lendário’, que seria o terceiro na hierarquia do PCC. No mesmo presídio está preso Marcola, que seria o líder do comando. “Já conversamos com os agentes e pedimos que eles tenham muito cuidado”, disse Santiago.

De acordo com o sindicato, as duas agentes já saíram de suas cidades, com suas famílias, por questões de segurança. A agente penitenciária de Campo Grande, que foi ameaçada, atua no Patronato e é responsável pelo monitoramento das tornozeleiras e confecção de carteiras de visita. O sindicato já fez pedido de um esquema de segurança no setor.

Últimas Notícias

Conteúdos relacionados