Atentado a agente penitenciário faria parte da ‘festa'

Detentos de várias unidades penais de Mato Grosso do Sul estariam realizando festas nesta quinta-feira (31) em comemoração o suposto aniversário da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). A facção criada por detentos do Anexo da Casa de Custódia de Taubaté, o Piranhão, estaria completando 23 anos nesta quarta. A ‘festa' também é motivo de preocupação e existe, inclusive, a suspeita de que o atentado a um agente penitenciário seja parte dela.

Em comemoração à data, os detentos estariam realizado festas dentro das unidades penais com direito a música e bolo. De acordo com informações há histórico de atentados nesta data e que isso seria parte da ‘festa' da organização criminosa.

Durante conversa com o Jornal Midiamax, o presidente do /MS (Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária de Mato Grosso do Sul) André Luiz Santiago, relatou que por parte do sindicato já foi emitido um alerta dos riscos que esta data oferece aos servidores de estabelecimentos penais do Estado.

“O sindicato alerta os servidores do Estado para tomaram cuidado, porque hoje é uma data muito crítica”, diz santiago. Ele destaca que o que o atentado desta manhã já teria sido prevista. “Essa catástrofe já estava pronunciada. Nós fizemos denúncias desde a morte do Carlos para o governo do Estado e nada foi feito, nem promessa de compra de equipamentos foram cumprida até hoje”, salienta Santiago.

O nome citado na fala de Santiago é de Carlos Augusto Queiroz de Mendonça, de 45 anos, morto em fevereiro de 2015 no Presídio Aberto e Casa de Albergado, que fica na Vila Sobrinho, região oeste de . No local, havia 404 reeducandos que seriam liberados, quando um motociclista entrou no local e efetuou os disparos contra Carlos que era gente penitenciário há dez anos.

Segundo informações apuradas pelo jornal, oitivas e levantamentos de dados estão sendo feitos pela polícia e (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) para que os suspeitos sejam localizados. De acordo com informações preliminares os autores já teriam sido identificados.

Entramos em contato com o o diretor-presidente da Agepen, Ailton Stropa Garcia e com a Polícia Civil da cidade, mas até a publicação desta matéria não obtivemos resposta a respeito da possível comemoração dos detentos.

Data

Segundo informações a facção foi criada por oito detentos durante uma partida de futebol na quadra do Piranhão, conhecida por receber condenados que cometeram crimes de grande repercussão. Transferidos da capital de São Paulo para lá como castigo por mau comportamento, eles resolveram batizar o time deles como Comando da Capital.

Ainda no início da facção, o time de criminosos dizia que ela havia sido criada para “combater a opressão dentro do sistema prisional paulista” e também “para vingar a morte dos 111 presos”, em 2 de outubro de 1992, no episódio que ficou conhecido como “massacre do Carandiru”, quando homens da PM mataram presidiários no pavilhão 9 da extinta Casa de Detenção de São Paulo.

Atentado

Conforme imagens de uma câmera de segurança, que registraram o momento do crime, Enderson seguia em sua motocicleta e acompanhava a mulher, que estava de carro. Ele havia acabado de deixa os filhos na creche, quando os quatro bandidos que o seguiam passaram por ele em duas motocicletas.

A ação dura menos de 10 segundos, conforme registrado pelas câmeras de segurança . Os passageiros das motos atiraram cinco vezes contra o agente penitenciário, que foi atingido por quatro tiros no abdômen, pernas e na coluna. Ele estava consciente quando foi socorrido e foi levado para um hospital na cidade de Dourados, por conta da gravidade dos ferimentos.

Há suspeita de que haja relação do atentado contra Enderson e o motim que ocorreu no início do mês no Presídio de Segurança Máxima de Naviraí, onde o agente trabalha desde 2011. Também há indicativo de que os criminosos sejam de outra cidade e tenham envolvimento com uma facção criminosa.