Temendo volta de ‘policial pitbull’, família fecha comércio e cobra ação da polícia

Fábrica da família de Rodrigo José Rech, morto pelo policial há dez meses, foi fechada

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Fábrica da família de Rodrigo José Rech, morto pelo policial há dez meses, foi fechada

Passados 10 meses do assassinato, familiares do comerciante Rodrigo José Rech, de 31 anos, afirmam estar em pânico e temem que o acusado pelo crime, o policial civil aposentado Carlos Roberto Cerqueira, o ‘Policial Pitbull’, como era chamado, volte e pratique um novo crime. Em virtude disso, a família decidiu fechar a fábrica de churrasqueira que mantinha no bairro Monte Castelo e, desde então, vive praticamente escondida.

O irmão de Rodrigo, Roberto José Rech, de 30 anos, disse que a decisão foi tomada pelo fato de o policial ainda estar solto e as autoridades não darem resposta concreta sobre as investigações. “Quando ele matou meu irmão, muita gente ouviu ele dizer que voltaria para terminar o serviço. Além disso, algumas pessoas afirmaram que viram ele passar por aqui dias depois do assassinato. Agor,a estamos em pânico, pois acreditamos que a qualquer momento ele pode aparecer. Até mesmo no trânsito a gente vive em alerta. Não sabemos se ele estará em um carro que parar ao nosso lado”, afirma.

A fábrica de churrasqueira da família funcionava no local há pelo menos três anos e, com o fechamento, Roberto teme o que há por vir. “Estamos vivendo de algumas economias e com o futuro incerto. Todos da família, e meus dois irmãos e a nossa mãe, tememos que alguma coisa possa acontecer com a gente”, afirmou.

Investigações

No aspecto policial, o delegado Alexandre Amaral Evangelista, titular da 2ª Delegacia de Polícia, afirma que está analisando novas imagens de câmeras de segurança que foram conseguidas junto à família da vítima. Com elas, está sendo levantada a possibilidade de indiciamento de dois filhos do policial aposentado que teriam participado do assassinato de Rodrigo.

De acordo com relatos de testemunhas, um deles teria atirado em um adolescente momentos antes, fato que teria desencadeado todo o crime, enquanto o outro estaria ao lado do momento em que ele executou Rodrigo.

O delegado disse ainda que aguarda um posicionamento do MS Prev (Instituto de Previdência do Estado) quanto ao pagamento da pensão ao policial aposentado. “Oficiamos o órgão, para que assim que tiverem alguma informação quanto a procedimentos relacionados ao Carlos Roberto, que sejam nos passadas. No entanto, até agora não tivemos qualquer resposta, nem mesmo quanto a uma perícia que ele deveria ter feito para continuar recebendo o benefício”, afirmou.

O caso

Na tarde do dia 24 de março de 2014, Rodrigo José Rech foi assassinado com três tiros. Imagens de câmeras de segurança apontam que o policial aposentado Carlos Roberto Cerqueira teria sido o autor dos disparos. Depois de praticar o crime, ele deixou o local e continua foragido até hoje.

Antes do fato, cerca de 15 boletins de ocorrência já havia sido registrados de ambas as partes. A rixa foi provocada por uma obra de um terreno que pertencia a Rodrigo, mas que Carlos Roberto reivindicava a posse.

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