Supervisor executado em escola tinha três queixas por ato obsceno

Segundo a assessoria da Polícia Civil, todos foram registrados em 2010

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Segundo a assessoria da Polícia Civil, todos foram registrados em 2010

O supervisor de cursos profissionalizantes Bruno Soares Santos, de 29 anos, tinha três boletins de ocorrência por ato obsceno registrados em seu nome. Segundo a assessoria da Polícia Civil, todos foram registrados em 2010.

Nas três situações, Bruno teria mostrado o órgão sexual para mulheres em via pública e falado palavras de baixo calão para elas. Além desses, um caso de desobediência e o fato que teria motivado o crime também foram registrados.

De acordo com a assessoria, os crimes de ato obsceno têm pena de até dois anos e por isso não geram inquérito policial, já que a pena pode ser substituída por trabalhos voluntários ou multas.

O único caso que está sendo investigado é o boletim registrado como estupro, pela mulher do principal suspeito da morte do professor, Francimar Câmara Cardoso, na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) da Casa da Mulher Brasileira.

Caso

A equipe de reportagem do Jornal Midiamax falou pela manhã com o delegado Miguel Said, da 1ª DP (Delegacia da Polícia Civil) do Centro de Campo Grande, que informou que o suspeito vai responder pelo crime de homicídio doloso, aquele que há intenção de morte, qualificado por impossibilitar a defesa da vítima.

O delegado ressaltou que desde esta segunda-feira está ouvindo diversas testemunhas. “Desde amigos e colegas de trabalho de Bruno, como a esposa do suspeito”, diz. Ao menos dez pessoas já foram ouvidas, porém há outras a serem chamadas.

Said disse que a mulher de Francimar disse que trabalhava com Bruno e que no dia 23 de fevereiro foi abordada pelo rapaz quando estava no ponto de parada de ônibus da Maracaju para ir para casa. Ela foi levada por ele para um corredor, onde teria sido molestada. Não há detalhes sobre que tipo de constrangimento sexual teria havido.

A esposa do suspeito afirma que se sentiu constrangida com a situação, porém relatou o fato a outras colegas da empresa e até mesmo ao diretor, para quem pediu afastamento temporário do local de trabalho. Entretanto resolveu procurar a polícia para fazer a denúncia dez dias após o delito.

No último fim de semana, ela foi para a casa de parentes na cidade de Aquidauana com o marido, na ocasião resolveu contar o fato. Nesta segunda-feira, Francimar pegou a espingarda de calibre 26 do pai, que já é falecido, e foi até a escola para “acertar as contas”.

O suspeito usou um carro locado pela empresa para a qual trabalha, com automação bancária. Na fuga, abandonou o veículo próximo do Terminal Júlio de Castilho, onde foi apreendido.

De acordo com o advogado de defesa de Francimar, o suspeito está fora do município.

Investigação

Desde a manhã desta segunda-feira equipes da 1ª DP (Delegacia Polícia da Civil) estão à procura do suspeito pela execução, que se identificou como “Francimar”, ao entrar no local e pedir para falar com Bruno.

De acordo com a testemunha, o homem apenas confirmou o nome da vítima e disse que tinha “uma encomenda”. Saindo da sala, ele foi até o Gol, cinza, placas PUX-8111, de Belo Horizonte (MG), e pegou uma arma de cano longo, que estava enrolada em um edredom.

O suspeito foi até a sala onde estava a vítima e disparou contra Bruno, que teria levantado a mão na frente do rosto na tentativa de se proteger. Um único tiro atingiu o tórax de Bruno, embaixo da axila esquerda.

Em seguida, o suspeito fugiu do local. As imagens do circuito de segurança da escola de cursos profissionalizantes ajudou nas investigações da Polícia Civil.

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