Polícia Federal ainda investiga o caso

O laudo da morte de Semião Fernandes Vilhalva, de 24 anos, foi entregue para a PF (Polícia Federal) e confirma que o indígena morreu no dia 29 agosto, durante retomada da Fazenda Fronteira por fazendeiros. Ele foi vítima de disparo de arma de fogo na cabeça, na fazenda que fica localizada em , a 431 quilômetros de Campo Grande.

Segundo o delegado Bruno Maciel, da PF, Semião foi morto entre 7 e 15 horas do dia 29, horário em que ocorria conflito entre fazendeiros e indígenas. Ainda segundo o delegado, há pouca informação sobre como o crime ocorreu e testemunhas devem ser ouvidas para que o caso possa ser esclarecido. “Ouvi os chefes das polícias que estavam no local, no dia, e também alguns indígenas”, afirma. Segundo o delegado, não há como confirmar de onde partiu o disparo da arma de fogo.

Semião foi vítima de um tiro na cabeça e segundo o delegado Bruno Maciel, só é possível precisar que a arma usada era de pequeno calibre. No dia 30, o Sindicato Rural de Antônio João informou que o indígena já estava morto há um dia e que o cadáver teria sido baleado após o confronto. A fazenda é de propriedade da presidente do sindicato, Roseli Maria Ruiz.

Também no dia 30, o deputado federal Luiz Henrique Mandetta confirmou que esteve na fazenda e que o índio já estava morto antes do conflito entre indígenas e fazendeiros. “Os proprietários entraram no peito e os índios saíram após uma batalha campal. (…) Só que o conflito migrou para outra sede e a troca de tiros rolou de ambos lados. (…) Ouviu-se um tiro numa mata a 800 metros e dez minutos depois os índios trouxeram um corpo que diziam ter sido alvejado. Me coloquei como médico e fui até o local. O cadáver de um homem já em rigidez cadavérica foi jogado na estrada”, diz um dos trechos do relato.

No boletim de ocorrência registrado pela Polícia Civil após o crime, consta a informação de que Semião estaria bebendo água em um córrego quando foi atingido pelo tiro. Não há precisão sobre a distância entre a vítima e o autor dos disparos e nem relato de testemunhas sobre quem efetuou o tiro.

A equipe de reportagem tentou entrar em contato com o deputado Mandetta e o Sindicato Rural, mas as ligações não foram atendidas.