Família cobra prisão de guarda municipal que matou jovem em bar

Família diz que vítima não nunca fez mal a ninguém

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Família diz que vítima não nunca fez mal a ninguém

Familiares de Felipe Cardoso da Silva, de 23 anos, aguardam a liberação do corpo do jovem no Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) na manhã desta sexta-feira (2). Os parentes contam que aguardam que o responsável pelo crime, o guarda municipal Fábio, seja preso. A vítima estava no bar, no momento em que o guarda municipal pegou a arma de um colega e disparou contra um desafeto, atingindo Felipe, que não tinha qualquer envolvimento com a briga.

A tia de Felipe, de 42 anos, contou para a equipe de reportagem do Jornal Midiamax que o rapaz morava nas ruas desde os 17 anos. “Ele se envolveu com drogas e vivia fazendo bicos”, diz. Ela ainda afirma que Felipe trabalhava e usava os trocados para comprar drogas. A família do jovem mora no Jardim Colibri. “Ele não fazia mal para ninguém, apesar de ter se envolvido com drogas”, conta a tia.

A mãe da vítima, operadora de caixa de 40 anos, diz que quer justiça. “Estou indignada que o responsável pela morte do meu filho ainda não foi preso. Eu quero justiça, eles tiraram um pedaço de mim”, disse. Ela conta que Felipe morava nas ruas por opção e que, mesmo não vivendo juntos, eles mantinham contato.

O corpo do jovem passa por perícia e, após os procedimentos necessários, será liberado para que a família possa fazer o velório.

O crime

Segundo a polícia, por volta das 22h40 de quinta-feira (1º), Fábio, conhecido como Caveirinha, que comemorava aniversário, passou na Base da GCM (Guarda Civil Municipal), que fica localizada na Avenida Ernesto Geisel, e chamou um colega de trabalho para ir com ele até o bar comprar bebidas para a comemoração.

Ao chegar ao local, encontrou um homem com quem tinha uma desavença. Ele entrou no estabelecimento comercial e mais oito pessoas entraram com ele, quando teve início uma briga generalizada. Após a confusão, Fábio voltou para a Base da GCM e convenceu o outro agente, identificado apenas como E.P.S., 32 anos, a ir ao bar para ‘dar um susto nas pessoas’. O outro guarda estava com uma pistola e emprestou a arma para Fábio.

Fábio chegou ao bar e atirou em Felipe, que não tinha nada a ver com a confusão. A vítima estava sentada em uma das cadeiras do estabelecimento comercial quando foi atingida e morreu. E.P.S voltou para a base da guarda e Fábio fugiu. O guarda que estava de serviço foi preso em flagrante por ter emprestado a arma. Fábio está foragido e o caso foi registrado na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) da Vila Piratininga.