Conflito entre indígenas e seguranças teria começado após quebra de acordo

Dois índios foram feridos por tiros

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Dois índios foram feridos por tiros

O episódio de conflito na Fazenda Ouro Verde, em Paranhos, a aproximadamente 500 quilômetros de Campo Grande, teria começado por descumprimento de um acordo por parte dos indígenas. O caso ocorreu na manhã de sábado (19), quando um dos líderes da Aldeia Potreiro Guassu, Elpídio Pires, de 48 anos, e Metério Morales, de 39 anos, foram feridos por tiros.

De acordo com o major Dominoni, comandante da Polícia Militar de Amambai, a região passa por conflitos há 3 meses e, nos últimos 30 dias, os indígenas e responsáveis pela Fazenda Ouro Verde fizeram um acordo. A Potreiro Guassu está dividida entre duas lideranças, Elpídio está a frente de aproximadamente 100 indígenas, que acordaram em manter distância de 7 quilômetros da sede da fazenda. Os outros indígenas não participam dos conflitos ou da ocupação.

Na manhã de sábado, os índios abateram 3 cabeças de gado, fato que teria gerado desentendimento entre eles e os seguranças da fazenda. Segundo o major Dominoni, os seguranças alegam que não houve confronto. Os indígenas afirmam que havia aproximadamente 20 seguranças no local, mas as equipes da Força Nacional encontraram apenas 4, devidamente cadastrados e legalizados.

Várias cápsulas foram recolhidas na região e os indígenas não se retiraram do local, mesmo alegando que tiveram barracas queimadas. Ainda de acordo com o major Dominoni, a Força Nacional permanece em Paranhos e faz rondas pela região da fazenda Ouro Verde, mas não houve mais episódios de conflito até esta quarta-feira (23).

Conflito

Segundo informações do boletim de ocorrência, registrado na Delegacia de Polícia Civil, um funcionário do hospital ligou para a PM (Polícia Militar) informando sobre os indígenas, vítimas de disparo de arma de fogo. A equipe de militares foi até o local e, em conversa com testemunhas, foi informada de que, por volta das 8 horas, um funcionário foi até a aldeia para socorrer os indígenas.

Segundo o funcionário, Metério estava ferido com um tiro no braço e Elpidio, capitão da Aldeia Potreiro Guassu, com um tiro na região abdominal. Metério afirma que estava capinando quando ouviu barulho de tiros e, em seguida foi atingido no braço. Ele pediu socorro para a mulher, que acionou a Funai.

Ocupação

O capataz da Fazenda Ouro Verde procurou a Polícia Civil para relatar caso de abigeato, furto de gado. De acordo com ele, há aproximadamente um mês os indígenas da Aldeia Potreiro Guassu ocuparam a fazenda e, nesta data, abateram os bovinos, abandonando os animais no local.

O funcionário afirma que, assim que amanheceu, ouviu gritos e barulhos parecidos com tiros na área ocupada pelos índios. Ele ainda diz que foi até o local e constatou a morte dos dois animais. O capataz também revelou que os indígenas haviam se retirado para a aldeia.

Segundo relato do capataz, quatro seguranças foram contratados para evitar novos ataques na fazenda e cuidar dos trabalhadores, mas não fala sobre o suposto conflito.

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