Preso pelo Gaeco ‘estranhou’ pergunta de policiais sobre pastor e desmente resposta

Preso no último dia 11 e solto no mesmo dia após pagar fiança, Salém Pereira Vieira negou nesta sexta-feira (25) qualquer envolvimento com o prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte, ou outro membro da igreja liderada por ele, como Ronan Edson Feitosa de Lima ou o pastor Mauro Alessandro Souza de Freitas. Para o pintor, […]

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Preso no último dia 11 e solto no mesmo dia após pagar fiança, Salém Pereira Vieira negou nesta sexta-feira (25) qualquer envolvimento com o prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte, ou outro membro da igreja liderada por ele, como Ronan Edson Feitosa de Lima ou o pastor Mauro Alessandro Souza de Freitas.

Para o pintor, é difícil descobrir o motivo que levou o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) ir atrás dele em casa, na manhã do mesmo dia em que outros policiais foram à casa do prefeito e acabaram prendendo dois guardas municipais por portarem arma de fogo e não terem licença.

O estranho, segundo Salém, foi a pergunta feita por dois policiais da inteligência especificamente sobre o pastor Mauro Alessandro logo que o abordaram, naquele dia.

“Os policiais apareceram na minha casa à procura de uma arma e me perguntaram se eu conhecia esse Mauro, que eu nunca ouvi falar na minha vida. Não sei porque estão usando o meu nome nisso tudo, nem conheço ou mantenho relações com nenhum evangélico”, explicou.

Segundo o inquérito policial de Salém, no depoimento dos policiais, ambos afirmam que o acusado teria dito que Mauro Alessandro pediu para que ele guardasse uma arma de 9 milímetros em casa, buscada dias depois.

Em seguida, eles relatam que entraram na casa de Salém e encontraram uma arma de calibre 38 em cima da cama do acusado, que foi preso em flagrante por posse ilegal desta arma de fogo. A arma de 9 milímetros não foi encontrada.

No depoimento, Salém desmente a versão oferecida pelos dois policiais do Gaeco. O acusado diz que estava em frente de casa quando apareceram os dois policiais perguntando se ele tinha alguma arma de fogo.

Salém diz ter levado os policiais até seu quarto, onde estava uma arma de calibre 38, comprada por ele dez dias antes pelo valor de R$ 1 mil de um homem identificado apenas como Anderson.

Ele relata que foi perguntado sobre Mauro Alessandro Souza de Freitas, quando voltou a dizer que comprou a arma de Anderson e que o tal Mauro não estaria envolvido nos fatos.

Salém voltou a afirmar para a reportagem que não conhece Mauro. “Não conheço Mauro, nem nenhuma outra pessoa de igreja. Não sei porque querem me colocar nessa história. Eu trabalho com carteira registrada e isso não afetou meu trabalho porque meu chefe sabe da minha conduta. Nem título de eleitor eu tenho”, informou.

O pintor disse que desde então não foi mais procurado pelo Gaeco e nem chamado a depor.

‘Mauro’, citado nas perguntas dos policiais, é pastor da igreja Assembleia de Deus Missões e é apontado pelos simpatizantes do prefeito cassado Alcides Bernal como se fosse ligado a Gilmar Olarte, assim como Ronan Feitosa.

O pastor Mauro foi preso em agosto de 2008 com um policial civil que estaria vendendo um rifle para uma pessoa do presídio na Avenida Hiroshima, em Campo Grande.

À época, Mauro negou as acusações, mas foi preso porque sabia que o policial estava transportando a arma e porque ganharia R$ 500,00 pelo serviço. O policial também foi flagrado com uma arma de uso restrito e numeração raspada, dizendo que sua arma funcional estaria danificada. Os dois foram condenados.

Convocado pelo Gaeco a prestar depoimentos no último dia 12 de abril, Mauro permaneceu na sede do Grupo por  duas horas e não se manifestou sobre o teor do depoimento.