Pelotão especial da Polícia Militar, a Tora é lembrada com saudades pela população da Capital

Criada em 1992, pelo então governador Pedro Pedrossian, a Tora (Tropa Ostensiva de Repressão Armada) é considerada principalmente por seus integrantes como a primeira tropa de elite da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul e atuava apenas na Capital. Com o aumento da criminalidade nos dias atuais, o pelotão especial é lembrado com saudades […]

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Criada em 1992, pelo então governador Pedro Pedrossian, a Tora (Tropa Ostensiva de Repressão Armada) é considerada principalmente por seus integrantes como a primeira tropa de elite da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul e atuava apenas na Capital. Com o aumento da criminalidade nos dias atuais, o pelotão especial é lembrado com saudades pela população.

Para a população, de uma forma geral, a presença da Tora era sinônimo de segurança, pois quando era acionada chegava realmente para resolver, e o índice de criminalidade era considerado bastante reduzido.

Um comerciante de 62 anos, que tem bar na região do Santo Amaro e que preferiu não se identificar, afirmou que “na época da Tora o pessoal evitava ficar até muito tarde bebendo porque sabia que se fosse encontrado pelas ruas seria abordado e poderia parar na cadeia”, afirmou.

Para formar o pelotão da Tora, a maioria dos seus integrantes foi recrutada de batalhões de cidades do interior. “Para que não houvesse qualquer tipo de relacionamento entre os policiais e os moradores da Capital”,afirmava informalmente na época um integrante da Secretaria de Segurança Pública do Estado.

Para se ter ideia do conceito que a população tinha da Tora, um de seus comandantes fez o seguinte relato. “Em uma determinada noite estava em meu apartamento com a família e resolvemos pedir uma pizza. Liguei para a pizzaria e para facilitar a entrega falei que ao chegar na portaria o entregador deveria dizer que era para o apartamento do comandante da Tora. Do outro lado da linha ouvi um sonoro vixii!! E a pizza chegou rapidinho”, afirmou o ex-comandante, atualmente reformado.

Entre os policiais que integraram o pelotão, existe o orgulho de ter feito parte da história, mas relatam as inúmeras dificuldades, mas que a ordem era para impor uma imagem de austeridade. “Nós éramos comparados ao que hoje é o Batalhão de Choque. A diferença é que hoje eles recebem treinamento específico e nós só tínhamos instruções verbais sem uma preparação física adequada e também sem um bom armamento. Era mais teatro. A gente chegava apavorando, aproveitando que as viaturas eram vistosas e a bandidagem se recolhia”, afirmou um ex-integrante da Tora, atualmente também aposentado.

De uma forma geral, tanto para a população que acompanhou na época, a atuação dos policiais, quanto para os homens que durante os dois anos de existência do pelotão atuaram pelas ruas da Capital a opinião é a de que, nos dias de hoje “dá saudade da Tora”.

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