Sindicato diz que casos de violência entre policiais civis revelam problemas da carreira

Um policial civil matou a ex-companheira e deu um tiro na própria cabeça em pleno centro de Campo Grande. Na sexta (8), a esposa de um delegado teve que registrar B.O. contra o marido por agressão em casa. Após os recentes casos de violência praticados por policiais, como o que matou a esposa a tiros e o que saiu com um preso para causar pânico no Aero Rancho, fica evidente qu…

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Um policial civil matou a ex-companheira e deu um tiro na própria cabeça em pleno centro de Campo Grande. Na sexta (8), a esposa de um delegado teve que registrar B.O. contra o marido por agressão em casa.

Após os recentes casos de violência praticados por policiais, como o que matou a esposa a tiros e o que saiu com um preso para causar pânico no Aero Rancho, fica evidente que a principal causa é devido ao trabalho de risco, desempenhado por profissionais que muitas vezes com não contam com estrutura ou logística.

Grande parte das ocorrências envolvendo investigadores e escrivães têm como causa principal o excesso de atribuições e a frustração por não conseguir desenvolver um trabalho como gostaria. A afirmação é do presidente do Sinpol-MS (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul) , Alexandre Barbosa, para quem o trabalho de alto risco desempenhado pela polícia civil deveria receber mais atenção do Estado.

Após os recentes casos de violência envolvendo policiais, como o que matou a esposa a tiros e o que saiu com um preso para causar pânico no Aero Rancho, por exemplo, Barbosa avalia a causa principal dessas ocorrências é devido ao trabalho de risco, exposto a altos níveis de estresse, desempenhado por profissionais que muitas vezes com não contam com estrutura ou logística.

“Hoje o trabalho da policia, além de ser bem estressante, ainda conta com falta de efetivo. Há sobrecarga de trabalho e um exemplo disso é o preso em delegacia. A atividade de carceragem não é função do policial civil que ainda tem que atender o familiar do preso, o advogado, fazer trabalho de enfermeiro e levá-lo por posto se estiver ferido e, além disso, ainda ter que desempenhar a função dele que é trabalhar na investigação”, declarou.

Barbosa diz ainda que aliada a falta de efetivo, sobrecarga, existe a enorme quantidade de ocorrências que o policial não tem condições humanas de atender. “Com isso, ele acaba ficando frustrado e levando para casa todo o excesso de serviço que abala inclusive suas condições mentais e psicológicas. Daí a gente ver policiais descarregando na sua família e acontecendo ocorrências lamentáveis”, analisou.

Ajuda

Na visão de Barbosa, o Estado parece que não quer ver que todo o descaso com os policiais afeta a questão psicológica deles. “Hoje o policial não tem acompanhamento psicológico. Pela Lei toda atividade de risco que esta sujeita a acontecer com ele precisa ser monitorada. O Estado tem que trazer ele pra ver se está sobrecarregado, se a atividade de risco foi confronto com bandido está afetando o dia a dia, e hoje não existe esse acompanhamento”, frisou.

Como presidente do sindicato, Barbosa explica que te buscado reverter essa situação e que há sinalização de uma portaria para mudar esse quadro.

“Conversamos com a Delegacia geral de Policia e ficou acordado que eles vão conversar com o dr Jorge Razanauskas para baixar uma portaria dizendo que o titular da delegacia é obrigado a encaminhar policial que ele perceber abalado, depressivo, na delegacia, ou que aconteça alguma atividade anormal, de risco e confronto. Esperamos que isso seja resolvido em breve e que esses sejam os últimos casos”, finalizou.

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